Hoje, 06/04/22, teve início a greve dos trabalhadores técnico-administrativos e de apoio da educação pública do município de Belém. Merendeiras, porteiros, assistentes administrativos, entre outros profissionais, iniciaram uma greve reivindicando a equiparação de seu vencimento-base ao salário mínimo nacional, além da defesa de um PCCR (Plano de Carreira) unificado e melhores condições de trabalho.
Hoje, esses trabalhadores ganham R$ 869,26 de vencimento base e reivindicam, legitimamente, receber 1 salário mínimo (R$ 1212,00). A luta dos trabalhadores do ano passado já conseguiu arrancar 09,33% de reajuste parcelado de duas vezes. Contudo, tais medidas foram e são insuficientes, haja vista que o custo de vida não para de aumentar em nosso país, resultado da política de fome e arrocho do governo Bolsonaro. A política de preço da Petrobras tem levado a aumentos sucessivos no preço dos combustíveis, o que leva a reajustes em cadeia no preço dos alimentos, no frete, nos transportes, aluguéis, etc. Com esse salário não tá dando pra viver, por isso os servidores públicos municipais estão em luta. O governo municipal precisa negociar a pauta de reivindicações da categoria.
Não à toa muitas outras categorias do funcionalismo público estadual e federal e trabalhadores celetistas também estão em luta ou mesmo organizando greves, como é o caso do INSS, do Banco Central, os técnico-administrativos da UEPA, os garis do RJ, entre outras. A pauta de reivindicações é justa e legítima. só com a luta, os trabalhadores conseguem melhorar de vida. Os servidores da FUNPAPA deram um exemplo recente disso em nosso município, pois conseguiram avançar em suas pautas a partir de uma forte greve.
Chamamos o prefeito Edmilson Rodrigues, professor e fundador do SINTEPP, a ter sensibilidade com a greve e a justa pauta dos trabalhadores em educação e abrir imediatamente as negociações com a categoria, ao mesmo tempo em que repudiamos o ofício circular 010/2022 do gabinete da SEMEC em que a secretária de educação assedia os grevistas, ameaça os temporários que grevarem e constrange as direções das escolas a informar quem está em greve e substituí-los por substitutos, uma prática antissindical vergonhosa para uma gestora do único governo de esquerda de uma capital brasileira. Esse ofício precisa ser revisto imediatamente, pois lutar e grevar é um direito e não crime.
Coordenação Regional da Resistência.
Belém, 06/04/2022.
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