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MOVIMENTO

Guilherme Boulos critica tentativa da direita liberal de igualar esquerda ao bolsonarismo

Em seu artigo desta semana na Folha de S. Paulo, Guilherme Boulos criticou a tentativa incessante dos ideólogos da direita liberal de colocar a esquerda e o bolsonarismo como “duas faces da mesma moeda”.

Primeiro, Boulos alerta que o que ameaça a democracia não é a polarização, inerente a um país tão desigual e violento como o Brasil, mas o autoritarismo e a intolerância, que vem diretamente do bolsonarismo.

“O fato de a política brasileira dos dias atuais estar conflagrada, ameaçando a democracia, não se deve, stricto sensu, à polarização, e sim ao autoritarismo e à intolerância. Nesse ponto, não há sinal de equivalência possível. As responsabilidades são claras e vêm de um único extremo, que é o bolsonarismo”

“É preciso dizer que o Brasil é polarizado há 500 anos. Um país marcado a ferro por três séculos de escravidão e por uma das piores distribuições de renda do planeta cria um abismo entre cidadãos e subcidadãos, para usar o termo de Jessé Souza”, explicou.

“O fato de a política brasileira dos dias atuais estar conflagrada, ameaçando a democracia, não se deve, stricto sensu, à polarização, e sim ao autoritarismo e à intolerância. Nesse ponto, não há sinal de equivalência possível. As responsabilidades são claras e vêm de um único extremo, que é o bolsonarismo”, completa.

Em seguida Boulos, compara os posicionamentos e atitudes de Bolsonaro com os da esquerda brasileira. “Não há como comparar as ameaças feitas por Bolsonaro de destituir ministros do Supremo e de fechar o Congresso com posições críticas da esquerda à judicialização da política e ao sistema viciado de governabilidade. Não existe comparação entre quem agride e humilha jornalistas diariamente e aqueles que questionam a parcialidade de órgãos de imprensa. A esquerda brasileira nunca ameaçou cancelar as eleições nem promoveu desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios”, enumera.

Em outros momentos históricos, a polarização na sociedade não pode colocar um sinal de igual entre os extremos. “A existência da polarização política não significa equivalência entre as partes. Allende e Pinochet não eram duas faces da mesma moeda. Nem Hitler e o KPD. Nem Mussolini e Antonio Gramsci. De um lado está o autoritarismo, a tortura e a desumanidade. De outro, a democracia, a defesa da justiça social e o respeito à diversidade”, lembrou Boulos.

“Entendo que seja tentador aos liberais, hoje com pouca base eleitoral, querer jogar no mesmo balaio seus opositores à direita e à esquerda. Mas é de uma indecência sem igual”, conclui o artigo.

Texto publicado originalmente em Psol50.org

Leia o artigo na íntegra clicando aqui.
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Guilherme Boulos / psol