English Version: The headquarters must stay! São Paulo’s subway workers occupy their union building to resist repossession
Os metroviários e metroviárias de São Paulo estão em uma forte luta para defender as sedes de seu sindicato e de sua área de lazer, na Zona Leste de São Paulo. A direção do Metrô e o governo Doria colocaram os prédios à venda em um leilão em 28 de abril e exigiram que o sindicato deixasse os prédios até a terça-feira, 22 de junho, em uma decisão política, para atacar a resistência e a organização dos trabalhadores. Os trabalhadores se negam a sair, ocuparam a sede e intensificaram a campanha de solidariedade.
O governo Doria entrou com um pedido de reintegração de posse dos prédios. No texto, exige a devolução dos terrenos e pede auxílio da força policial e arrombamento, se necessário. O pedido foi aceito pela Justiça, nesta quinta-feira, 24, que determinou um prazo de cinco dias para ser cumprido.
No final da tarde desta quarta, 23, após ter realizado um ato na sede, a categoria fez uma caminhada na Avenida Radial-Leste, com representações de diversos movimentos sociais, como o MTST, as centrais sindicais CSP-Conlutas e CTB, além de parlamentares, como a Bancada Feminista (PSOL) e partidos e organizações de esquerda. O ato serviu para dar um recado ao governo, de que haverá resistência.
Manifestação na Radial Leste. Foto:Paulo Iannone/Sindicato
A categoria saiu recentemente de uma campanha salarial, que contou com uma greve, que durou 24 horas. Neste momento, os metroviários e metroviárias pedem o máximo de solidariedade possível. “Estamos sofrendo uma ameaça gravíssima, autoritária e antidemocrática. Querem tentar tomar um prédio que foi erguido pelas próprias mãos dos trabalhadores, para atacar a nossa resistência”, explica Camila Lisboa, coordenadora geral do Sindicato dos Metroviários.. Nas redes sociais, é possível usar as hashtags #eurespeitoosmetroviarios e #euapoioosmetroviarios.
O governo de SP alega que precisa de recursos financeiros, diante da queda do total de passageiros, que teria provocado uma crise financeira da empresa. O sindicato refuta, afirma que isso é uma desculpa, e destaca o valor recentemente repassado pelo Metrô para a CCR, concessionária de uma das linhas.
VEJA O RECADO DE CAMILA LISBOA
A CASA METROVIÁRIA
O terreno aonde se encontra o sindicato foi cedido pelo Metrô em 1987, com contrato em regime de comodato. O contrato foi renovado e alterado várias vezes. Esta concessão foi apenas do terreno e não o prédio, pois este foi construído pelos metroviários, assim como o pagamento do IPTU do terreno é feito pelo sindicato. No ano passado, o Metrô não quis renovar e, após negociação, renovou por um ano, até outubro de 2021.
A sede do Sindicato dos Metroviários de SP foi inaugurada em 8 de dezembro de 1990 e foi construída e mantida com recursos da própria categoria. O local tem quadra poliesportiva, estúdio musical, salas e área de lazer. Nestes espaços recebeu, ao longo dos anos, inúmeras atividades como atos, assembleias, congressos, eventos esportivos, festas etc. Muitos artistas, parlamentares, intelectuais, movimentos e organizações passaram e foram recebidos na sede histórica dos trabalhadores. A decisão do governo foi condenada por parlamentares, centrais e entidades sindicais.
No dia 26 de abril, um dia antes da primeira reunião de negociação da campanha salarial deste ano, o Metrô de São Paulo enviou uma carta ao sindicato pedindo para que a sede da entidade, na rua Serra do Japi, próximo ao metrô Tatuapé, fosse entregue em 60 dias.
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