Leon querido amigo escrevo em nome da Resistência/Psol para te homenagear como militante revolucionário, filho, pai, irmão, companheiro e amigo. Ontem você nos deixou depois de uma longa luta contra um câncer. Sua partida precoce, aos 46 anos, nos encheu de tristeza. Não é natural que jovens morram antes dos mais velhos. Que filhos morram antes de seus pais. Então, meu primeiro pensamento ontem foi para sua mãe, pela imensa dor que certamente está sentindo neste momento. Nossa profunda e ilimitada solidariedade a sua família, sua filha Maria Helena e a incansável Luciana Araújo.
Nos conhecemos em 1994 em SP. Uma tarefa comum no PSTU nos aproximou: reorganizar nosso trabalho na juventude. Você vinha de Passo Fundo (RS), eu do Rio de Janeiro. Você com 19 anos e eu com 39. Você e eu vínhamos de um momento de grande entusiasmo: a derrubada de Collor, uma vitória protagonizada por sua geração de caras pintadas, onde você tinha sido uma das lideranças em sua cidade. Aliás, lutar por direitos e injustiças não eram novidade. Você fazia isso desde os 14 anos, nas lutas secundaristas de Passo Fundo. Quando começamos a organizar uma equipe nacional da juventude, seu nome surgiu quase que naturalmente, e apesar das incertezas e dos desafios em uma nova cidade, lembro-me da sua firmeza e alegria em aceitar a tarefa. Com a sua inteligência e dedicação, junto ao pequeno grupo de jovens que aceitaram o mesmo desafio que você, todos e todas com enorme capacidade e disposição, conseguimos cumprir nossa tarefa.
Mais tarde você entrou na escola técnica de SP, foi parte da direção de um ascenso deste setor de secundaristas, e tornou-se diretor da UBES. A foto que ilustra este texto, da Executiva Nacional da UBES, mostra bem isso: dirigente do movimento e militante revolucionário. Lá está você na primeira fila (com a camiseta do PSTU), dizendo quem era e a que veio. É como um lutador que sempre me lembrarei de você, mesmo que nossa vida política tenha tomado caminhos diferentes. Somos revolucionários, e você foi meu camarada de luta!
Mas, além de companheiro de lutas, tive a sorte de tê-lo como amigo. Essa será com certeza a segunda maneira pela qual sempre me lembrarei de você. Moramos juntos, dividimos risadas, angústias, incertezas, sonhos, fracassos e vitorias. Vou sempre lembrar as madrugadas de longas conversas. Apesar da diferença de idade e experiências entre nós, saibam todos que aprendi muito com Leon. Vou sentir falta dos longos abraços em cada reencontro, que se tornaram raros pela distância.
A situação de calamidade em nosso país nem sequer vai nos permitir nos despedir de você como seria necessário e merecido. É muito triste saber que já não podemos mais contar com você. Estamos mais frágeis nessa grande aventura em comum, que é a luta para mudar o mundo. Sentiremos saudades meu amigo e camarada. Até o socialismo sempre!
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