A última pesquisa do Instituto Datafolha para a eleição na cidade de São Paulo sinaliza uma tendência que setores da esquerda já avaliavam como possível.
A candidatura de Boulos e Erundina já está em segundo lugar, tecnicamente empatada com o candidato de Bolsonaro.
A polarização ideológica da sociedade brasileira também se expressa nos rumos do processo eleitoral municipal, podendo ser determinante em algumas regiões do país.
Mesmo enfrentando todo o processo de criminalização dos movimentos sociais e de tentativa de isolamento dos partidos de esquerda na sociedade, Guilherme Boulos estabelece um polo de resistência estratégico no país, tanto do ponto de vista político como do ponto de vista eleitoral.
Politicamente, porque a campanha mantém na sua centralidade o combate ao bolsonarismo, indicando para a esquerda o rumo que deve nortear o processo eleitoral desse ano. Ao adotar essa estratégia, a campanha ocupa um polo ideológico da sociedade e cumpre um papel decisivo para o realinhamento das forças progressistas na maior cidade do país.
Mas para além das vitórias políticas, a campanha mostra que é possível também crescer eleitoralmente, tornando-se uma candidatura com viabilidade, mesmo contra o aparelho da Prefeitura e do Estado de São Paulo, juntos. Mas para isso acontecer, foi necessário romper com a lógica tradicional da disputa eleitoral e mergulhar na disputa ideológica da sociedade.
E foi essa sinergia entre os diversos setores da luta popular, das universidades, da cultura, e da diversidade paulistana que fez florescer uma campanha que encanta não somente a cidade de São Paulo, como todo o país.
O início dessa nova primavera eleitoral demonstra uma tendência de um novo ciclo de disputas nacionais.
Que a “primavera brasileira” colha diversos Boulos pelo país!
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