Com as eleições municipais se aproximando da reta final, as peças se movimentam com maior velocidade no tabuleiro político. Embora haja ainda incertezas, pois os lances decisivos geralmente ocorrem nos últimos dias de campanha, certas tendências começam a se esboçar.
O principal dado da última rodada de pesquisa do Datafolha é a queda dos candidatos de Bolsonaro nas duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro. Russomano despencou 7 pontos na capital paulista e Crivella, que tem rejeição gigantesca, vê sua presença no 2o turno seriamente ameaçada na capital fluminense.
Do outro lado, a esquerda está na disputa de grandes capitais, como Porto Alegre, Belém, Fortaleza, Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Na capital do Pará, Edmilson Rodrigues (PSOL) lidera as pesquisas com ampla margem. Na capital do Rio Grande do Sul, Manuela d’Ávila (PCdoB) se consolida na primeira posição, com chances de vitória no 2o turno; e Fernanda Melchionna (PSOL), que marca 3% nas pesquisas, espera crescer nas próximas semanas. Em Fortaleza e em Recife, as candidatas do PT, Luzianne e Marília Arraes, aparecem em segundo lugar. Na capital do Ceará, Renato Roseno (PSOL) tem 4% e pode crescer.
Já em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), que está em terceiro, avança e entra na disputa para chegar ao 2o turno na maior cidade do país. No Rio de Janeiro, por sua vez, o crescimento de Benedita da Silva (PT) e Renata Souza (PSOL) mantém viva a possibilidade de que uma candidatura da esquerda surpreenda na reta final. Em Belo Horizonte, Áurea Carolina (PSOL) tem 5% e disputa o segundo lugar com João Vitor Xavier (Cidadania).
Importa ressaltar que candidaturas da direita tradicional estão bem posicionadas em várias das principais capitais. Em São Paulo, o tucano Bruno Covas lidera. No Rio, Eduardo Paes (DEM) aparece em primeiro, mas não tem vitória garantida no 2o turno. Em Belo Horizonte, Kalil (PSD) tem grandes chances de vencer no primeiro turno, assim como Rafael Greca (DEM) em Curitiba. A direita tradicional também lidera em Salvador, com Bruno Reis (DEM); em Manaus, com Amazonino (Podemos); e em Goiânia, com Maguito (MDB).
Outro bloco político que deve ser observado é o da centro-esquerda, formado pelo PDT e PSB. Em Recife, João Campos (PSB) está na liderança. Já em Fortaleza, o candidato de Ciro Gomes, Sarto (PDT), figura na terceira posição, com 18%, e disputa ida à segunda volta. O PDT também está na disputa no Rio Janeiro, onde a Delegada Marta Rocha está empatada na segunda posição com Crivella e Benedita.
Tendo em conta os doze maiores colégios eleitorais do país, apenas em Fortaleza, com o Capitão Wagner (Pros), um candidato declaradamente bolsonarista aparece em 1o lugar nas pesquisas até aqui. Mas mesmo na capital cearence, onde o governo Bolsonaro tem rejeição elevada, a vitória de Wagner no 2o turno não é o cenário mais provável. É preciso observar se Bolsonaro vai se engajar mais ativamente nas campanhas de seus aliados e se vai haver crescimento da extrema direita na reta final.
Derrotar o bolsonarismo e fortalecer a esquerda
Nada é mais importante nessas eleições do que derrotar os candidatos bolsonaristas e demais representantes da extrema direita. Impedir que Russomano e Crivella estejam no 2o turno em São Paulo e no Rio de Janeiro será uma vitória da luta democrática. Derrotar Capitão Wagner em Fortaleza também terá enorme importância, assim como fazer com que as demais candidaturas da extrema direita nas demais capitais não cresçam.
Por outro lado, é fundamental fortalecer a esquerda, buscando a ida ao 2o turno onde for possível, para disputar com a direita tradicional (DEM, PSDB e MDB) a liderança da oposição a Bolsonaro. Em São Paulo, por exemplo, o contagiante desempenho de Guilherme Boulos e Luiza Erundina acende a esperança e organiza milhares de ativistas em uma linda campanha-movimento. A ida do candidato do PSOL ao segundo turno na capital paulista teria forte impacto nacional.
Nas três semanas restantes de campanha, é preciso que todos militantes e simpatizantes da esquerda se engajem na campanha nas ruas e nas redes, ainda com mais força e disposição. As candidaturas do PSOL estão a serviço do combate ao bolsonarismo e na luta para construir um país para maioria trabalhadora e oprimida. Vote PSOL, vote 50.
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