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MOVIMENTO

Greve: Funcionários dos Correios se preparam para uma dura batalha

Gilson Vieira, de Florianópolis, SC
Reprodução

Os trabalhadores dos Correios, ao longo dos anos, têm lutado em conjunturas extremamente difíceis. Mesmo assim obtiveram várias conquistas históricas contra os governos construindo assim um enorme respeito das mais diversas categorias de trabalhadores e trabalhadoras em todo o país.

Atualmente, com o governo Bolsonaro, a situação de toda classe trabalhadora, em especial acerca de seus direitos, tem sido de muito enfrentamento. Nos Correios a situação é caótica, pois em meio à pandemia, nossa categoria tem sido tratada com total descaso, sem sequer um plano de trabalho com protocolos mínimos de segurança.

Temos sido impostos a jornadas de trabalho intensas e extensas, com aumento no número de entregas devido à pandemia. O trabalho nos setores tem sido realizado sem qualquer segurança, pois sequer temos recebido EPI’s com qualidade e quantidade, ou ainda algum treinamento que demonstre preocupação com a saúde do trabalhador e da trabalhadora, seja nos ambientes fechados ou mesmo no contato direto, nas ruas, com a população. O fato é que somos parte do serviço essencial e estamos altamente expostos ao vírus covid-19!

Como se não bastasse isso, a direção dos Correios, capitaneada pelo atual presidente, General Floriano Peixoto, abertamente inimigo dos trabalhadores e do serviço público que prestamos, apresentou recentemente uma proposta irresponsável de acordo para a campanha salarial, na qual a única proposta foi a retirada de 70 cláusulas do acordo coletivo que tinha validade de dois anos, mas foi derrubado devido a política de ataque aos nossos direitos por parte da atual direção da empresa. Ou seja, daquele acordo do ano passado o que resta nesta proposta são apenas míseras 9 cláusulas! Isso significa a retirada de direitos históricos, um ataque duríssimo a categoria, uma política autoritária deste governo, impondo de maneira desleal o pressuposto da pandemia para proibir o acesso dos sindicatos aos locais de trabalho, dificultando ainda mais a possibilidade dos trabalhadores realizarem assembleias, num claro ato de condução fascista!

Não havendo outra forma de negociação, o único caminho é o da luta! Nesse sentido, os trabalhadores dos Correios estão organizando uma forte greve, a partir do dia 17 de agosto, em unidade dos 36 sindicatos e das duas Federações.

A greve é um direito e sua realização representa a defesa da vida, do emprego e da dignidade de cada trabalhador e trabalhadora da empresa! Sabemos que a estratégia desse governo será de criminalizar nossa luta, mas não aceitaremos esse ataque oportunista, ainda mais nesse período de calamidade pública diante da pandemia!

Nenhum direito a menos!

O governo Bolsonaro vem fazendo uma forte propaganda, usando a imprensa burguesa a nível nacional e vários de seus lacaios, nos mais diversos parlamentos para marginalizar a greve dos trabalhadores dos Correios, alegando que esta greve significa “manter privilégios”. Um discurso falso e hipócrita! Quem tem privilégios neste país são os mais de seis mil militares que fizeram de várias estatais e repartições públicas verdadeiros feudos concedidos como presentes do capitão Bolsonaro! Privilégios são as contas dos bilionários do Brasil que não param de crescer, em especial durante a pandemia, lucrando nas costas dos trabalhadores superexplorados e colocando o terror do desemprego como moeda de troca para intimidar seus funcionários. Do mesmo modo ainda contam com Bolsonaro para seguir quebrando o Estado, sem sequer cogitar taxar as grandes fortunas.

O que esperar de um governo que aumenta os impostos de livros, mas não cobra impostos de jatinhos, helicópteros e demais benesses que só o grande empresariado tem acesso.

Sabemos que nos Correios esses ataques visam enxugar a folha de pagamento, cortando os poucos direitos que ainda temos, para que a empresa, ainda mais sucateada, torne-se mais atrativa para a privatização. Não é surpresa que a iniciativa privada queira somente a parte lucrativa da empresa e com isso atender somente 600 cidades, pois hoje os Correios atendem a todos os municípios do país e o serviço postal é o único serviço de fato fornecido pelo governo que une todo território nacional. Aonde o banco não chega, os Correios estão lá, inclusive em situações de trabalho nas quais muitas vezes não há sequer médico na cidade, mas os Correios estão presentes.

Não podemos nos iludir com a privatização! Ela trará desemprego e mais desigualdade social, com um estado mais pobre, com menos distribuição de recursos e ainda mais concentração de renda nas mãos dos capitalistas!

Só há um caminho: É GREVE! A luta deste ano será de vida ou morte! Permitir a retirada desse conjunto de direitos é atestar o fim de nossa categoria! O horizonte da privatização ficará livre para ser implementado, por isso nenhum passo atrás! Os Correios são públicos e existem para os interesses de manutenção da soberania nacional, não de governos autoritários e privatistas!

Chamamos para unidade de todas as categorias, pois só com toda nossa força resistiremos a este duro ataque ao povo brasileiro. Trabalhador, trabalhadora, chegou a nossa vez de definir nosso futuro e o futuro dos Correios! Dia 17 de Agosto é Greve Nacional! Até a Vitória!

NÃO PERCA!

Live sobre a greve nos correios. Hoje (14), às 19h, com representantes da categoria

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correios / greve