Parte do Brasil antirracista, antifascista, democrático e dos 70 por cento antibolsonaro, estiveram nas ruas, em 07 de junho, com suas máscaras antivírus, com seu álcool e o mais importante, com suas BANDEIRAS DE LUTAS.
Outra parte dos lutadores e das lutadoras, que empunham as mesmas bandeiras e defendem as mesmas causas, compreensivelmente, ficaram em casa. Estavam em casa em comunhão, em ligação direta e em solidariedade com os que estavam nas ruas. Muitas panelas foram batidas nas janelas pelo fora Bolsonaro. Portanto, o povo expressou, nas ruas, nas janelas e na solidariedade, seu desejo por democracia, por igualdade racial, social e gênero, pelo fora Bolsonaro e pela vida.
Vimos que a revolta foi maior que o medo do COVID19 e da repressão do Estado burguês comandado por um governo fascista. Jovens, especialmente negros e negras, mostraram o caminho que todos lutadores e lutadoras precisam percorrer para impedir uma ditadura militar, para combater toda violência contra a classe trabalhadora, para derrubar este governo genocida.
Militantes de partidos de esquerda, o Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Povo Sem medo, jovens do Fórum de Mulheres de Pernambuco, as torcidas antifascistas e pela democracia abriram a porteira para que todo o movimento popular/sindical e os partidos que estejam contra a situação atual do Brasil avancem sobre o terreno que foi sempre nosso, que são as ruas e as praças. Para podermos ganhar mentes e corações do povo oprimido e explorado.
Nosso retorno às ruas será de forma cautelosa e responsável por existir um inimigo virótico invisível e nossas vidas precisam ser preservadas para as grandes lutas contra o verme palaciano. Não tivemos grandes massas nas ruas, mas representou por uma lado um aviso que o protagonismo das ruas não é mais do gado fascista e por outro que não se pode esperar o fim da pandemia para iniciar nas ruas o combate ao governo Bolsonaro/Guedes.
A semana anterior ao dia 07 de junho foi cheia de vozes da caserna instalada no governo Bolsonaro/Mourão, para amedrontar as organizações e as pessoas que planejavam contestar o governo, denunciar o fascismo latente no governo e em parte da sociedade, como também combater todo tipo de descriminação social, racial e sexual. Lamentavelmente, veio de alguns governos estaduais a repressão policial contra manifestantes.
A polícia do governador João Doria, PSDB, de São Paulo foi violenta contra os manifestantes no mesmo momento que estava sendo negociada a dispersão. A polícia do governador Hélder Barbalho, MDB, do Pará prendeu mais de cem manifestantes e impediu com violência que acontecesse o ato pela democracia. A polícia do governador Camilo Santana, PT, do Ceará também foi violenta e tentou impedir a passeata. Foram presos 10 manifestantes.
Em Pernambuco, o governador Paulo Câmara do PSB, seguindo o caminho de muitos governos estaduais, enviou grande quantidade de policiais. Força desnecessária para a quantidade de manifestantes e pela finalidade do ato que era por democracia e contra o governo federal que tanto prejudica os governos estaduais. A intenção destes governadores é mostrar serviços aos seus senhores, os grandes proprietários capitalistas. Sinaliza que suas propriedades serão bem protegidas. Nem que para isso tenha que usar o cassetete, o gás lacrimogênio e a detenção contra os manifestantes.
Cabe perguntar: Foi assim, com esta violência, que a policia destes governadores agiram nos atos dos bolsonaristas fascistas que gritavam contra a democracia, contra as instituições e até contra esses próprios governadores? Claro que não. Pois quem fazia parte e organizava esses atos de rua era a elite econômica e o gado da classe média branca.
A violência da policia de alguns governadores, as ameaças do governo Bolsonaro e dos seus seguidores não tiraram o brilho e importância destes atos democráticos, contra o fascismo, contra o racismo e pelo fora Bolsonaro. Na verdade foi um sinal de esperança para todos e todas que não querem este governo genocida. Governo que só infelicita nossa população e enche os bolsos dos banqueiros e empresários. Governo que despreza a população negra, os indígenas, as mulheres, a comunidade LGBT+ e a classe trabalhadora. Governo de destruição da nossa natureza e dos direitos da classe trabalhadora.
No dia 07 de junho uma luz foi acesa nestes tempos de escuridão. Cabe-nos manter acesa e aumentar esta chama nas ruas, nas janelas, nas mídias, etc
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