Nem de fome, nem de tiro, nem de COVID: O POVO NEGRO QUER VIVER!
No último domingo fomos às ruas, pois estão vindo nos matar dentro de casa. Já que as mortes não param, vários movimentos e organizações que combatem o racismo, convocam mais uma marcha para o dia 7 de junho, com concentração às 14h na estátua do Zumbi, na Presidente Vargas, e saída para a Candelária às 15h. Por causa da pandemia, reforçamos que a pontualidade é fundamental: sairemos sem atrasos para diminuir o tempo de exposição.
Exigimos o imediato fim das operações policiais que massacram e humilham a vida do nosso povo dentro das favelas e periferias do Rio de Janeiro! Estas práticas de repressão do Estado têm resultado apenas em mais assassinatos de pessoas negras. Derrotar o sistema racista significa enfrentar a política genocida dos governantes, mesmo que isso signifique arriscar a nossa vida em meio à uma pandemia.
O Estado deve usar o dinheiro público, fruto do nosso trabalho, para garantir o isolamento com políticas públicas de assistência social, alimentação, educação e saúde. Além disso, precisa investir em apoio às mulheres que sofrem pelo machismo, sendo vítimas de violência doméstica, já que durante a quarentena as denúncias subiram em 40%.
Mas o que ele faz é desviar esse dinheiro para investir em mais polícia em nossos territórios, transformando nossos direitos em mercadorias e diminuindo nossas condições de vida. Somos nós, movimentos de favelas e periferias, que estamos há três meses diminuindo os impactos do novo coronavírus nos nossos territórios e sofrendo com o aumento no número de mortos e infectados. Se não é pela COVID-19, querem nos matar pela bala ou pela fome.
Devemos ir às ruas seguindo todas as recomendações sanitárias e entendemos que o isolamento social ainda é a melhor forma de conter os efeitos da COVID-19. Entretanto, até o direito ao isolamento social nos tem sido negado. Além de sermos grande parte dos trabalhadores essenciais, muitas empresas de serviços não essenciais estão impondo que nós continuemos nos deslocando e trabalhando em meio a pandemia, e o governo, junto com os banqueiros, utilizam da sua burocracia para impedir o acesso aos R$ 600,00 do auxílio emergencial, em um país em que o salário mínimo deveria ser R$ 4.673,06. Vamos às ruas pela garantia que os trabalhadores negros e pobres possam estar em quarentena também, protegendo as suas vidas!
Nosso ato será organizado através de um modelo histórico, por fileiras, para que de fato seja respeitado o distanciamento social. Grupos de risco e quem mora junto com essas pessoas devem ficar em casa.
Vivemos há muitos anos sob o alvo da política de morte e não aceitaremos governos que intensifiquem essa política, como os de Witzel e Bolsonaro. Seja por tiro, seja por COVID-19, seja pela fome, ISSO NÃO SERÁ MAIS TOLERADO! A união contra esses governos é fundamental e o povo preto é protagonista na luta pela unidade antirracista e antifascista para construir uma alternativa que priorize as nossas vidas. A luta antirracista deve sempre estar inserida na luta antifascista, pois não há qualquer manifestação do capitalismo, fascismo ou autoritarismo que não se estruture através do racismo, sexismo e do sangue Negro.
O recado que deixamos nas ruas, tanto em ações de solidariedade quanto em marchas e manifestações, é de que não recuaremos enquanto nossos corpos sejam vistos como alvos dessa política racista, sexista e genocida. Esse ato é o nosso levante, não seremos mais mortos: nem pela fome, nem pela bala, nem pela pandemia.
Basta!
#VidasNegrasImportam #AsVidasNasFavelasImportam #ForaWitzel #ForaBolsonaro #ForaMourão #QuemMandouMatarMarielle?
JUNTE-SE A NÓS NO PRÓXIMO DOMINGO (07/06), ÀS 14H NO MONUMENTO DE ZUMBI (Av. Presidente Vargas, Centro)!
Assinam essa carta/manifesto as organizações, coletivo, iniciativas e movimentos:
AERJ – Associação dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro
Associação Apadrinhe um Sorriso
Associação Atlética Acadêmica da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ – AAAFND
Associação dos Trabalhadores Terceirizados da Universidade Federal do Rio de Janeiro
CDH/ RJ – Coletivo Colete Rosas – Rapp – Ensp/Fiocruz
Coletivo A baixada Grita Arte
Coletivo ALÁFIA
Coletivo Carmen Portinho
Coletivo Claudia da Silva Ferreira
Coletivo Juntos!
Coletivo Negro Cláudia Silva Ferreira – FND/UFRJ
DCE CEFET/RJ
DCE UEZO
DCE UNISUAM
Emancipa
Federação Nacional de Estudantes em Ensino Técnico
Frente corpo Cruzado
Grêmio Estudantil do CEFET/RJ – Maria da Graça – Gestão Chapa Rebelião
Grêmio Estudantil do Colégio Pedro II – Campus Realengo II, gestão Silva
Instituto Búzios RJ
Janamo
Mandato Popular Renatinho do PSOL
Maria Ana Dias Alvarenga Baptista
Movimenta Caxias
Movimento Correnteza
Movimento de Educação Popular +Nós
Movimento de mulheres Olga Benário
Movimento Mães e Crias na Luta
MOVIMENTO MÃES E CRIAS NA LUTA (MMCL)
Movimento Moleque
Movimento perifa-zumbi
Najup Luiza Mahin faculdade nacional de direito UFRJ
PSOL RJ
Quilombo Raça e Classe/RJ
Ramo Juntas
RENAP RJ (REDE NACIONAL DE ADVOGADAS E ADVOGADOS POPULARES – SETORIAL RIO)
RESISTÊNCIA FEMINISTA
Resistência/PSOL
Rua Juventude Anticapitalista
Sintuff
T.R.A.MA FND-UFRJ
TamoJuntas RJ; FFOP; Coletes Rosas e RAPP
UNIDADE POPULAR PELO SOCIALISMO – UP
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