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BRASIL

Sindicalistas organizam ação solidária em Fortaleza

Fábio José de Queiroz, de Fortaleza, CE

Comunidade Miguel Arraes, situada no Grande Bom Jardim

Preocupado com a economia capitalista, e, portanto, com os patrões, o governo Bolsonaro está focado mais na volta ao trabalho do que na sorte dos trabalhadores e do povo pobre.

O valor pequeno e o atraso em relação à ajuda de emergência, sem nos esquecer do quadro precário das grandes periferias fincadas nas metrópoles brasileiras, tudo isso somado impulsiona ações de solidariedade em todo país, em geral, organizadas por entidades populares.

Em Fortaleza, um dos principais centros da pandemia no Brasil, multiplicam-se campanhas que visam apoiar setores sociais duplamente ameaçados – pelo vírus e pela fome.

Dentre os esforços de solidariedade de classe, destaque para a ação desenvolvida por lideranças operárias do Sindicato da Construção Civil, que, neste final de semana, distribuiu 100 cestas básicas na Comunidade Miguel Arraes, situada no Grande Bom Jardim, região da capital cearense mais conhecida pela grande concentração humana e o significativo abandono social.

À frente da ação estiveram Flávio Patrício e Jovânia Portela, militantes da Resistência que articulam o trabalho sindical e o popular. Com base em aportes financeiros do Sindicato dos Petroleiros, da AFBNB, do Andes e de ativistas do movimento, eles conseguiram reunir os recursos necessários para ajudar quem mais precisa.

Para organizar a distribuição dos cestos com os produtos, juntos com outros membros da comunidade, Flávio e Jovânia montaram um pequeno cadastro, no qual levaram em conta, sobretudo, os domicílios tocados por mulheres, o número de filhos, o grau de dificuldades no momento (há casas em que todos os adultos estão desempregados) e, no limite, o lastro do morador com a construção civil. De modo geral, esses elementos se tornaram critérios para o recebimento da cesta básica.

Ao longo deste final de semana, uma comissão visitou as casas e distribuiu as cestas, uma a uma, evitando aglomerações.

Essa ação de solidariedade pode e deve impulsionar um amplo movimento de sindicatos a fim de atenuar o impacto da crise entre os setores socialmente mais vulneráveis, uma vez que os trabalhadores e os desempregados sofrem com a pandemia e o programa econômico bolsonarista – que privilegia os bancos em detrimento do povo.

No Ceará, sindicatos como o da construção civil e o dos rodoviários já vêm atuando para confrontar as políticas criminosas do governo Bolsonaro e dos patrões. Por isso, nunca é demais ressaltar que as ações na periferia da cidade não estão separadas da luta pelo FORA BOLSONARO e por um Programa Econômico dos Trabalhadores.

 

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