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17 de Maio: Dia Internacional Contra a LGBTfobia – Uma Luta Contínua por Direitos e Dignidade


Publicado em: 17 de maio de 2025

LGBTQI+

Bruno Ávila e Guilherme Kern Assumpção

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

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No dia 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu um passo histórico ao retirar a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID), marcando o fim oficial da patologização das orientações sexuais. Essa conquista foi resultado de décadas de mobilização dos movimentos sociais, especialmente nos Estados Unidos, onde a resistência pré e pós-Revolta de Stonewall (1969) pavimentou o caminho para a
despatologização das sexualidades em escala global.

Entretanto, a luta estava longe de terminar. Em 1994, no estado de Idaho (EUA), uma proposta conservadora buscava revogar direitos básicos de pessoas que “praticavam atos homossexuais”. Conhecida como “Iniciativa IDAHO” ou Iniciativa 1, esse ataque reforçou a necessidade de resistência organizada.

A criação de uma data global de resistência

Em 2004, surgiu a primeira proposta para instituir um dia internacional de combate à homofobia, ainda sem menção às violências enfrentadas por pessoas transgênero. No 1° Congresso Internacional sobre Direitos LGBT, realizado em 2005, foi definido o 17 de maio como marco simbólico contra a LGBTfobia. Na mesma ocasião, a Declaração de Montreal exigiu que a ONU e governos mundiais adotassem medidas efetivas contra a discriminação.

Somente em 2009 a data foi ampliada, incorporando o termo “transfobia”, passando a ser reconhecida como Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia (IDAHOTB). Hoje, essa data é celebrada em 130 países, incluindo o Brasil, como um chamado global ao enfrentamento da violência e da invisibilidade sofrida pela comunidade LGBTQIAPN+.

A realidade alarmante no Brasil e no mundo

A importância dessa data se torna ainda mais evidente ao analisarmos os dados alarmantes no Brasil:

Uma pessoa LGBTQIA+ é assassinada a cada 18 horas;

O país lidera o ranking de assassinatos de pessoas trans há 16 anos, com 122 mortes registradas em 2024 (dados parciais).

Enquanto isso, no Norte Global, governos conservadores avançam com políticas abertamente LGBTfóbicas. Um exemplo recente é o presidente dos EUA, que:

Enviou cartas a mais de 30 ONGs humanitárias na Suíça, questionando se utilizavam verbas estadunidenses em projetos relacionados a gênero e sexualidade; Emitiu vistos com nomes e gêneros não reconhecidos pelas deputadas brasileiras Erika Hilton e Duda Salabert, ignorando suas identidades legais e documentos retificados.

A ascensão da direita e a estratégia fascista de perseguição

A LGBTfobia tem sido um dos pilares da extrema-direita no século XXI. Movimentos fascistas constroem um “Grande Inimigo” – frequentemente pessoas trans – para justificar discursos de ódio e políticas de exclusão. Essa estratégia busca:

Criminalizar identidades trans e não-binárias;
Promover pânico moral em torno de pautas como família, tradição e nação;
Naturalizar a violência como forma de “preservação da ordem”.

A interseccionalidade na luta da esquerda é fundamental para enfrentar esse avanço. Não se trata apenas de resistir, mas de construir um projeto de sociedade que garanta direitos, dignidade e existência plena para todas as pessoas, independentemente de orientação sexual, identidade de gênero ou expressão.

Conclusão: memória, luta e esperança

O 17 de maio não é apenas uma data simbólica – é um lembrete de que a resistência salva vidas. Apesar dos retrocessos, a organização coletiva e a solidariedade internacional seguem sendo nossas maiores armas. Que este dia sirva para denunciar a violência, celebrar as conquistas e reafirmar o compromisso com um futuro onde ninguém precise morrer por ser quem é.

Pela vida LGBTQIAPN+! Nem um direito a menos!


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