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OPRESSÕES

Não seremos interrompidas! Toda solidariedade à deputada Isa Penna, do PSOL-SP

Camila Lisboa*, de São Paulo (SP)
Mídia Ninja

A quantidade de absurdos conservadores que são comentados, tuitados, declarados e realizados por um novo setor na política brasileira não pode ser ignorada ou tratada como “cortina de fumaça”. Sobretudo quando esses absurdos se transformam em ameaças reais.

Em uma justa luta contra o PL 346/2019, de autoria do deputado estadual paulista Altair Moraes (PRB), que tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo, a deputada estadual do PSOL Isa Penna subiu à Tribuna para argumentar.

O projeto de lei estabelece o sexo biológico como critério único para definição do gênero dos competidores. Essa proposta se engaja na polêmica aberta por jogadores e corpo técnico com a participação e destaque da jogadora de vôlei Tiffany, a primeira mulher trans a disputar a liga nacional de vôlei feminino no Brasil.

Em parte da argumentação de Isa Penna contra esse projeto, ela recitou o poema “Sou puta”, de Helena Ferreira. Isso enfureceu os setores conservadores, que cresceram na Alesp após a eleição de 2018.

Um dos deputados do PSL, Douglas Garcia, ameaça abrir processo para cassação do mandato da deputada do PSOL, simplesmente porque ela recitou o poema, que problematiza uma série de preceitos conservadores e não cabe na cabeça pequena e retrógrada de boa parte dos novos representantes da política paulista e brasileira.

Nas redes sociais, espaço de forte atuação bolsonarista e conservadora, Isa Penna vem sofrendo ameaças de estupro e morte. Isso não pode ser levado na brincadeira, precisa ser levado a sério. Em 2018, a vereadora do PSOL-RJ, Marielle Franco, foi assassinada. As ameaças de morte vêm crescendo como recurso da resolução de polêmicas. E isso aumenta na medida que cresce a audiência e eleição de parlamentares de extrema direita e fascistas.

Prestamos toda a solidariedade à nossa deputada Isa Penna e exigimos que essas ameaças sejam investigadas e seus autores punidos. Os partidos da extrema direita que promovem essa reação de seus seguidores também devem ser investigados. Não seremos interrompidas.

* Camila Lisboa é a primeira mulher eleita coordenadora geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

 

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Machismo / psol