Com a chegada da Via Expressa, tanto o bairro Bernardo Monteiro quanto o bairro Bela Vista ficaram ilhados no sentido Belo Horizonte, mostrando assim o descaso com a nossa região. E ainda, a construção do viaduto deixou a velha e simpática “Estação” esquecida… abandonada… destruída. Nem de longe lembra aquele ponto de chegada e partida dos “bons tempos”. A “Estação Bernardo Monteiro” data de 1910 e teve o presidente da República Venceslau Brás em sua inauguração, marcando assim o início de uma nova era para Contagem, contribuindo diretamente para o desenvolvimento do município, e fazendo com que fosse o marco zero da região que hoje conhecemos como Bernardo Monteiro e Bela Vista.
Um povo jamais saberá para onde vai, se não souber de onde veio. A nossa luta vai muito além da reforma do prédio da estação, é um resgate de memórias de um povo, e assim, vamos buscando a nossa identidade, identidade de um município que tem a terceira maior população do estado. Contagem foi emancipada em 30 de agosto de 1911, com o lema “Per Populum Omnis Potestas A Deo” (“Todo Poder Vem de Deus Pelo Povo”).
Nós, contagenses, da região deste “Marco Zero”, do desenvolvimento socioeconômico da cidade de Contagem (já que era por esta estação ferroviária que chegavam tanto pessoas quanto cargas de todos os tipos), buscamos a restauração dessa edificação histórica, e uma destinação que valorize, principalmente, aqueles que construíram a nossa região.
Em recentes conversas com a VLI/FCA (Ferrovia Centro Atlântica) e a Prefeitura Municipal de Contagem, tivemos a promessa de início de obras emergenciais ao entorno da estação, com previsão para janeiro de 2019, o que obviamente não aconteceu. Agora, ao final do mês de março, continuamos as cobranças, e nos deparamos com o eterno jogo de empurra que infelizmente permeiam as nossas vidas, quando dependemos de órgãos público/privados.
*Ailson Leite é fotógrafo, historiador, escritor e apaixonado pela Região de Bernardo Monteiro
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