Fortaleza se destaca como a cidade mais violenta do País e a décima segunda mais violenta do mundo. A capital da Terra da Luz virou um campo de extermínio de negros. Pra cada branco assassinado são três negros que tombam. A marcha fúnebre atingiu seu recorde em novembro de 2015 com a Chacina da Messejana. Onze inocentes foram mortos brutalmente pela polícia.
Desde então as periferias se levantaram. Vários bairros tiveram as maiores manifestações da sua história. Os bailes de hip hop e de reggae se espalham pela cidade ostentando a negritude. As mães que perderam seus filhos inspiram novos e velhos lutadores com a sua bravura. Uma delas conta que nunca tinha ido pra uma manifestação na vida, mas agora iria para todas.
Como resposta, as autoridades oferecem a repressão. Em vez da prisão dos assassinos de farda, vimos a polícia matar uma testemunha do caso. Ativistas dos direitos humanos foram ameaçados de morte. A perseguição física e cultural do povo negro persiste.
Em meio à ERA DA CHACINA, o Governo Camilo Santana (PT), por meio do projeto Ceará Pacífico, busca promover um pacto na sociedade pela paz. Enquanto isso, dá um calote na educação pública. Foram três meses de greve e nada de aumento para o professor e de atender as reivindicações das mais de 60 escolas ocupadas. Enquanto isso, o governador acaba de anunciar concurso de mais de 4 mil vagas para a PM.
O governo fala de paz sem investir em educação e cultura. Fala de paz e nada faz para conter sua própria polícia assassina. Já dizia Racionais: “No meu País o preconceito é eficaz, te cumprimentam na frente te dão um tiro por trás”.
Por sua vez, as facções criminosas se espalham nas comunidades. Ganhando a simpatia da juventude com um discurso de paz e de justiça. Ficam à vontade para a feira livre de drogas, para promover a pena de morte e a agiotagem entre os oprimidos e habitantes dos guetos.
Nenhuma ilusão! Sabemos muito bem que o crime é parceiro do Estado. Quem fabrica a miséria são os mesmos que fabricam o crime. Por isso Alexandre de Morais, advogado de cooperativa ligada ao PCC, virou Ministro da Justiça do governo ilegítimo de Michel Temer. Por isso Zezé Perrela trabalha no Ministério do Esporte mesmo após ser encontrados 450 quilos de cocaína na sua fazenda.
Para arrancar alegria ao futuro é preciso lutar pela legalização das drogas e desmilitarização da polícia. Para combater o extermínio da juventude negra é preciso trilhar o caminho da independência do Estado e dos seus aliados do crime organizado. É preciso unificar os movimentos sociais e as organizações de esquerda pra botar pra fora Temer, o PMDB, do PSDB, o PT e os demais genocidas do povo negro.
Como dizia Simonal: “Cada negro que for mais um negro virá para lutar”.
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