No dia 24 de janeiro, a crise venezuelana deu um novo salto. O presidente da golpista Assembleia Nacional, Juan Guaidó, 35 anos, que desde o fim do ano passado vinha se tornando rosto principal da oposição ao governo, no meio de um protesto, cercado de apoiadores, se declarou presidente legítimo do país.
Em qualquer país do mundo isso seria inaceitável. Um deputado se declarar presidente por discordar daquele que foi eleito com mais de seis milhões de votos. Aquilo que por uns instantes parecia um momento de insanidade do jovem deputado, se mostrou um articulado plano dos golpistas articulado com o governo norte-americano.
Criar uma figura pública para rivalizar com Maduro. Receber o apoio dos países centrais do capitalismo, e “governar”, entre muitas aspas. Criando assim uma espécie de poder paralelo, forçando Maduro a negociar, ou tornando a situação insustentável, até que o presidente legítimo renuncie ou um confronto interno ocorra, para assim legitimar perante os olhos do mundo uma ação militar estrangeira.
Daquele 24 de janeiro até hoje muita coisa aconteceu até que chegasse aquele que seria considerado o dia “D” pelas forças golpistas. Quando após a armação de um grande circo midiático, caminhões que levavam ajuda humanitária tentariam cruzar a fronteira.
A oposição esperava uma vitória, Maduro perderia de qualquer forma, deixando os caminhões entrarem mostraria que não governa. Caso não deixasse, mostraria sua face ditatorial para o mundo. Esse era o plano dos golpistas.
Nesta segunda-feira, a reunião do Grupo de Lima em Bogotá, mostrava o resultado daquele “plano perfeito”. As caras fechadas e semblantes preocupados dos golpistas durante toda a reunião. A tática de tentar pressionar o governo por meio de embargos e ajuda humanitária fracassou.
Maduro saiu fortalecido. O governo bolivariano realizou uma manifestação gigantesca. Mostrou que tem muito apoio social. Colocou gente na rua. As Forças Armadas Bolivarianas ficaram firmes ao lado do governo. Guaidó deve ter se explicado por horas para seus patrões norte-americanos o que deu errado no tão perfeito plano.
O jovem deputado mostrou não ter apoio social além dos já tradicionais jovens que vão às ruas com camisas brancas e tocam fogo em árvores e ônibus, jogam pedras nos membros das FAB, criam confronto e depois vão para a casa.
As TV´s e jornais do mundo todo mostram e apresentam os atos contra o governo como se fosse atos “espontâneos”, feito por “pessoas comuns”, insastifeitas e que bravamente colocam sua vida em risco contra uma feroz ditadura socialista. Quando na verdade estes atos são ações programadas, elaboradas previamente por partidos e associações opositoras, que financiam estes protestos. Um grupo de dez pessoas na rua de bairros de classe média em Caracas ou em estados governados pela oposição, que tocam fogo em pneus, recebe toda a atenção da mídia. Por outro lado, as mais de um milhão de pessoas que tomaram as ruas da capital e de outras cidades do interior esse final de semana em apoio a Maduro são ignoradas.
Mas a verdade é que além de não mobilizar ninguém, Guaidó também não tem exército. E já mostrou desespero ao pedir por meio do twitter que as potências internacionais avaliem a possibilidade de uma intervenção estrangeira na Venezuela.
A direita venezuelana além de covarde, entreguista e vendida, ao pedir que forças estrangeiras invadam seu próprio país mostrou também toda sua incapacidade e como ela é ridícula perante ao desafio gigantesco que seria derrubar Maduro.
Até para ser um crápula traidor é preciso ter determinado nível de capacidade. Guaidó nem isso têm. Pela vontade de vender os recursos de seu país para os Estados Unidos, Guaidó deseja que exércitos estrangeiros entrem em conflito e assassinem seus compatriotas.
Os Estados Unidos veem a intervenção militar direta somente em último caso. Mandar soldados para a Venezuela, logo após as guerras do Afeganistão, Iraque e Síria, além de dinheiro, tem o custo político. É algo arriscado e que irá gerar descontentamento dentro do próprio país e do Partido Republicano, de Trump.
O ideal seria uma intervenção liderada pela Colômbia, com apoio de aliados, como Brasil e Argentina. Porém, estes países até agora não estão querendo pagar pra ver.
A espetacular vitória de Maduro esse final de semana não significa que ele derrotou o golpe, nem a política imperialista, significa que ele venceu uma das táticas destes e até agora deixou-os sem reação.
Porém, cedo ou tarde os imperialistas e os golpistas prepararão uma nova ofensiva. A intervenção, apesar de não a tática prioritária não é descartada totalmente. As pressões econômicas e sanções irão continuar, e até uma solução das crises interna que o país passa, Maduro corre riscos.
Por isso acreditamos que a única forma de derrotar o golpe é radicalizar o processo bolivariano. É urgente parar os chamados para a negociação com os golpistas e fechar a Assembleia Nacional. Nenhuma liberdade para os inimigos da liberdade. No campo econômico, a única forma de vencer o bloqueio e as sanções imperialistas , assim como o boicote dos empresários nacionais, é com a expropriação dos monopólios estrangeiros e estatização das empresas dos apoiadores do golpe, a nacionalização dos bancos e o controle do comércio exterior também são importantes para garantir os recursos necessários para a efetivação de um plano nacional de emergência, para recuperar a economia, combater a inflação e garantir a produção e importação de alimentos.
É possível derrotar o plano de Trump. É possível derrotar o imperialismo em decadência dos Estados Unidos.
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