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Relato de Caracas 2

Por: João Zafalão, direto de Caracas, Venezuela

Nesta terça-feira (26/02), fomos visitar a Comuna Socialista Altos de Lídice e lá pudemos aprender como essa população se auto-organiza. Nas palavras deles e delas, que são 80% das Comunas e Milícias, é como uma estrutura de Estado, porém popular. Os moradores são eleitos para frentes de atuação, comissões. Se dividem, debatem e deliberam sobre Saúde, Transporte, Educação, Alimentação, Esporte e outros temas.

Após subirmos quase 1300 metros, boa parte por escadas, conhecemos o local onde fazem sua plantação comunitária, bastante reduzida pela falta de sementes.

Pudemos conversar com as companheiras da Comuna de Saúde, que organizaram três postos de saúde, construído por mutirão dentro da Comunidade (Cierro), que hoje tem três médicos permanentes e dois de apoio.

Falamos com a médica, uma companheira venezuelana que disse que esse trabalho começou com os cubanos. Ela defendeu a luta anti-imperialista e a organização popular por comunas. Como já dissemos antes, a falta de remédio é um grave problema. É emocionante ver a garra dessa gente, mesmo com toda adversidade e a falta de água que atinge parte do bairro.

Depois, fomos ao Comitê Local de Alimentação e Produção (CLAP), que organiza a distribuição das bolsas de alimentos distribuídas mensalmente pelo governo. São todas mulheres que, novamente, nos emocionaram ao dizer que, se preciso for, defenderão a revolução bolivariana e a Venezuela com suas vidas. Também nos disseram que elas eram invisíveis ao mundo e que, após o governo Chaves, elas se tornaram pessoas com dignidade e isso não admitirão perder. Por isso que lutam contra o imperialismo. Com estas guerreiras que marchamos.

Depois disso, nos serviram um sopa tradicional de legumes com frango e fomos ao teatro Pedro Carrenho para a solenidade com Maduro. Confesso que a força da luta anti-imperialista são estas mulheres guerreiras das Comunas.

Maduro refirmou a luta contra a intervenção e a defesa da paz e apresentou vários vídeos para mostrar a ação de mercenários na fronteira, no dia 23. Fez um bom discurso e demonstrou simpatia, mas o coração da luta anti-imperialista pulsa nos cierros.

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