Da Redação
Esta quinta-feira, 29 de setembro, é o dia nacional de paralisação aprovado pelos metalúrgicos e convocado por mais de 20 entidades representativas da categoria, entre sindicatos e federações. A mobilização unificada é em defesa da aposentadoria e dos direitos trabalhistas, contra as reformas da Previdência e Trabalhista. Também, contra o desemprego e a terceirização, pela redução da taxa de juros e por mais saúde, educação, moradia e transporte dignos para todos. Os metalúrgicos também se mobilizam contra o desmonte da Justiça do Trabalho. Diversas categorias se somaram ao chamado dos metalúrgicos e participam do dia de mobilização.
Educadores, bancários, petroleiros, entre outras categorias organizaram atividades em resistência às reformas de Temer. Como exemplo, servidores de várias universidades do país aprovaram paralisação. Até um dia antes da manifestação, na UFRN, UFAL, UFABC, UFRRJ, UFPE, UFRPE, UNIFAP, UFC, UFCA, UNILAB, UFS, UFPA, UFRA, UFSCAR, UFG, UFF confirmaram iniciativas de protesto.
ENTREVISTA
O Esquerda Online conversou com Renatão, metalúrgico de São José dos Campos, para entender um pouco sobre a importância da luta contra os ataques do Temer em todo o país.
EO- O que significa esse dia 29?
Renatão – Esse dia é muito importante para dar o pontapé inicial das paralisações nacionais, como parte da resposta ao governo ao que o ocorre nesse momento no país, ao que Temer quer fazer com a Reforma Trabalhista, por exemplo. Temer pretende retirar direitos e aprofundar ainda mais a crise para os trabalhadores.
EO – Como os trabalhadores estão sentindo essas medidas do governo?
Renatão – O governo quer jogar toda a responsabilidade da crise financeira do país nas costas dos trabalhadores. São demissões, baixos salários e a patronal retirando direitos.
EO – E qual a reação dos trabalhadores?
Renatão – Acho que os trabalhadores deveriam enfrentar com veemência o que está acontecendo no país nesse momento, a junção da patronal ao governo para retirar direitos dos pais e mães de família trabalhadores desse país. Neste dia 29 vamos mobilizar a General Motors, a maior aqui da região. Mas, tivemos esse ano um fechamento de campanha salarial que teve descontentamento, por exemplo. É preciso reagir. Na conjuntura atual, se, por acaso, não houver uma reação e a direita tiver nesse domingo uma grande vitória nas urnas, isso vai significar um arroxo ainda maior para a classe operária. Seria de grande valia se os trabalhadores abraçassem a necessidade de mobilização a nível nacional.
Confira como foi o dia 29 em todo o país:
São Paulo (SP)
Metalúrgicos da Zona Leste paralisaram e seguiram em caminhada a partir da Praça Lorenzetti, na Mooca, pelas avenidas do Estado e Presidente Wilson. (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Os metalúrgicos da Zona Oeste de São Paulo paralisam atividades e realizam passeata na Estrada Turística do Jaraguá. As duas faixas foram ocupadas e os trabalhadores seguem em caminhada rumo à Anhanguera. (Vídeo CSP-Conlutas)
Na Zona Sul de São Paulo, por volta das 9h, uma faixa e o canteiro central da Avenida das Nações Unidas, sentido rodovia Castello Branco, eram ocupados pelos manifestantes. (Foto: PSTU)
São José dos Campos (SP)
Em São José dos Campos, o Dia Nacional de Paralisação dos Metalúrgicos começou com greve de 24 horas na General Motors. Houve também paralisação na Embraer e Parker Hannifin. Uma passeata aconteceu também no centro da cidade reunindo petroleiros, professores, químicos, trabalhadores dos Correios e aposentados (Fotos: Sindicato dos Metalúrgicos de SJC).
Cubatão (SP)
Em unidade com os metalúrgicos, os petroleiros da Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão atrasaram o serviço.
Osasco (SP)
Em Osasco, metalúrgicos e moradores da Ocupação Esperança realizaram passeata unificada.
Porto Alegre (RS)
No Rio Grande do Sul, o movimento iniciou na Transurb, em São Leopoldo, com liberação das catracas. Direto do ato, Matheus Gomes, colunista do Esquerda Online, gravou um vídeo onde fala sobre a mobilização.
Belém (PA)
No Pará, a UFPA amanheceu com os portões 1, 2 e 3 trancados, barricada na ponte e Restaurante Universitário também fechado. Manifestação ocorre às 16h, em São Brás.
Operários da construção civil também paralisaram as atividades. Aproximadamente 500 aderiram ao movimento.
Aracaju (SE)
Petroleiros do Tecarmo paralisaram as atividades. Aproximadamente 80% aderiram. Trabalhadores das áreas isoladas em CP também pararam. À tarde, teve passeata conjunta com servidores públicos federais, com concentração e ato unificado no Instituto Federal de Sergipe (IFS).
Norte Fluminense (RJ)
Petroleiros realizaram suspensão de vôos no aeroporto de Farol de São Thomé. Com isso, não puderam embarcar para as plataformas de petróleo.
Rio de Janeiro (RJ)
Entre os petroleiros houve atrasos no Centro Nacional de Controle Operacional da Transpetro e no Terminal Aquaviário da Baía de Guanabara. Também houve agitação nos prédios EDVEN e EDSEN.
Curitiba (PR)
A categoria de metalúrgicos tem cerca de 90 mil trabalhadores, com peso maior nas montadoras de carros, ônibus e indústria de máquinas e tratores. Houve paralisação nas principais fábricas.
Fortaleza (CE)
Em Fortaleza, a mobilização nacional foi construída com forte participação de trabalhadores da construção civil, contra as reformas da Previdência e Trabalhista e pelo Fora Temer.
Comentários