Deputados bolsonaristas tumultuam audiência pública na UERJ, sobre cotas


Publicado em: 12 de junho de 2019

Brasil

Cíntia Teixeira, do Rio de Janeiro, RJ

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Brasil

Cíntia Teixeira, do Rio de Janeiro, RJ

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Compartilhe:

Ouça agora a Notícia:

Nesta segunda-feira, 10 de junho, ocorreu uma audiência pública organizada pelas Comissões Permanentes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), sendo representadas pelos deputados estaduais Flavio Serafini, Dani Monteiro, Monica Francisco e Renata Souza, do PSOL; Carlos Minc (PSB) e Waldeck Carneiro (PT), sobre o Projeto de Lei que altera a lei de cotas das Universidades Estaduais, acabando com a cota racial. Com a presença do autor do PL, o Deputado Rodrigo Amorim e membros da bancada de seu partido, PSL, a audiência ocorreu dentro da UERJ, na Capela Ecumênica do campus da Universidade. Os deputados Rodrigo Amorim, que em campanha quebrou a placa da vereadora Marielle Franco, e Alexandre Knoploch mantiveram suas posturas agressivas e provocadoras, tentando desqualificar e anular a audiência pública, sem sucesso.

Orgulho da comunidade Uerjiana que foi contundente e firme na defesa das cotas raciais da universidade e na defesa da autonomia universitária. Em torno de 500 participantes, entre alunos, professores, técnicos administrativos e ex-alunos, foram em apoio e em defesa ombro a ombro da nossa instituição.

Com murros na mesa, dedo na cara, falas agressivas de Alexandre Knoploch e Rodrigo Amorim tentaram constranger a representante da Reitoria, a sub-reitora de Graduação da UERJ, e não satisfeitos seguiram com falas racistas (um estudante negro chegou a ser chamado de “macaco”); fazendo sinais de armas para o público (como fazem nas maiorias das sessões da ALERJ); e, para coroar as provocações, mesmo sob a defesa de duas linhas de professores e estudantes que os defendiam do público indignado com o que viram e escutaram, conseguiram dar um soco num rapaz. Outro estudante foi atingido por uma coronhada e foi necessário chamar uma ambulância. Desrespeitando a Reitoria, ainda chamaram a PM colocando no interior da universidade três viaturas, cujos policiais teriam entrado na universidade portando suas armas.

A UERJ sempre foi inclusiva, aberta para debates e nunca tolerou posturas fascistas e racistas no ambiente acadêmico. Todos ex-alunos e alunos, assim como seu corpo técnico administrativo e docente, têm o imenso orgulho de seu pioneirismo e sucesso no programa de cotas, expressão usada pela Sub Reitora ao microfone na audiência, como parte da reparação histórica. Os deputados podem divergir dessa posição, mas não aceitamos o desrespeito e a violência como forma de conduzir o debate político, que parece ser a tônica de sua condução. Lembramos que, há pouco mais de uma semana, foram derrotados na Alerj, na tentativa de criação de uma CPI das Universidades estaduais. Não Passarão!

VÍDEO – Reportagem da TVT mostra o momento em que deputado do PSL agride um estudante

 

VÍDEO
Veja a fala de Guilherme Abelha, professor da UERJ: “O maior CR de todos os tempos de Ciência da Computação é de um cotista”


Contribua com a Esquerda Online

Faça a sua contribuição