Por Joallan Rocha, Salvador (BA)
Em 09 de abril de 1948, o líder do Partido Liberal, Jorge Eliécer Gaitán, foi assassinado na cidade de Bogotá. Sua morte desatou uma rebelião popular contra o governo do Partido Conservador, vinculado aos grandes proprietários de terras e às oligarquias. A Rebelião Popular ficou conhecida como “El Bogotazo”. A radicalização política das classes populares permitiu o surgimento de grupos e organizações de autodefesa camponesa.
No primeiro momento, as milícias camponesas eram incitadas por simpatizantes e membros do partido liberal, mas, com o processo de radicalização das lutas e a repressão do Estado, o Partido Comunista Colombiano passou a exercer cada vez maior influência entre os camponeses da região de Marquetalia.
Em 27 de maio de 1964, 16 mil soldados do exército colombiano ocuparam a região de Marquetalia, bastião das milícias camponesas. Diante da forte repressão, um grupo de camponeses, liderados pelo histórico líder, Manuel Marulanda Velez (1930-2008) constituem as Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia em 1966.
A 7° Conferência Nacional Guerrilheira, realizada em 1982, aprovou uma estratégia militar de tomada do poder. A organização passou a se chamar FARC-Exercito do Povo. Sua influência política e militar se estendeu rapidamente por todo o território nacional e passou a reunir em suas fileiras aproximadamente 20 mil guerrilheiros.
Em 1984 iniciam as conversações para um acordo de paz entre as FARC-EP e o governo de Belisario Betancur. Permitiu-se que as FARC-EP permanecessem nos territórios sem ser atacadas pelo exército, em contrapartida a guerrilha se comprometeu a suspender os sequestros.
A partir do Acordo de 1985, as FARC constituíram um partido político, A União Patriótica(UP), que rapidamente se transformou na terceira força política do país. A UP apresentou candidatos à presidência da Colômbia em 1986 e 1990, sendo que ambos foram assassinados durante o processo eleitoral. Aproximadamente 6 mil militantes da União Patriótica foram assassinados entre 1986 e 1997.
A ofensiva militar do governo colombiano após a morte por infarto de Manuel Marulanda (“Tirofijo”) em 2008, descabeça a direção das FARC-EP ao assassinar seus principais dirigentes como Raúl Reyes (2008), Mono Jojoy (2010), e Alfonso Cano (2011).
Comentários