No momento que escrevemos esse texto já sabemos a infeliz notícia da primeira morte no país, causada pelo coronavírus, na cidade de São Paulo. A pandemia já afeta a economia do mundo e cria uma profunda crise social de dimensões ainda não previstas.

A experiência dos países já atingidos e o estudo da comunidade científica mundial são as principais ferramentas para ajudar o Brasil a se preparar para os efeitos do coronavírus. É hora de acreditar na Ciência, colocar a vida humana em primeiro lugar e apostar em saídas coletivas.

Adotando medidas preventivas e um plano social forte é possível evitar o colapso do sistema público de saúde e, principalmente, evitar milhares de mortes. Porém, Bolsonaro segue na contramão do que seria a postura de um presidente.

O presidente segue uma escalada de total irresponsabilidade, mostrando que não tem condições de conduzir a nação. Bolsonaro até aqui não só não mostrou liderança para conduzir um plano emergencial de unidade nacional, mas colocou de maneira ativa o país em risco em três momentos: 1) a comitiva presidencial que esteve nos EUA recentemente tiveram 13 assessores confirmados com coronavírus. A delegação presidencial descumpriu orientações da OMS de fazer testes ainda em solo norte-americano; 2) Bolsonaro incentivou aglomeração de seus apoiadores durante todo o dia 15; 3) o presidente, não satisfeito, entrou em contato com dezenas de manifestantes em Brasília. Fez selfies e apertou a mão de seus seguidores, mesmo estando em observação.

Sem dúvida Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade, desrespeitando a Constituição Federal e os protocolos internacionais de controle sanitário. Em seguida, continuou dando declarações minimizando a ameaça do vírus, dizendo que era “histeria” e chegando a criticar medidas de isolamento social.

Não temos ainda, infelizmente, condições de botá-lo para fora do maior cargo da nação. Mas mesmo numa situação adversa como a que passamos não podemos dar trégua para um presidente que não tem compromisso com o povo brasileiro.

Precisamos construir maioria social para derrotar Bolsonaro e isso não se faz com palavras de ordem inalcançáveis. É preciso explicar de maneira direta e objetiva a incapacidade de Bolsonaro, assim como apresentar um plano de ação imediata para o Brasil proteger sua população, em especial os mais pobres e vulneráveis.

Mas também é necessário construir protestos, é possível agir, mesmo agora. Não vamos repetir os erros daqueles que no último dia 15 se aglomeraram colocando a vida de toda a população em risco. Nesta quarta-feira, 18 de março, vamos fazer muito barulho das janelas das nossas casas. Vamos realizar um panelaço contra o desgoverno de Bolsonaro e exigindo políticas públicas emergenciais da esfera federal, estaduais e municipais. Aproveitemos as redes sociais, os grupos de famílias e de trabalho para convocar. É hora de seguir as orientações médicas, mas mobilizados, atentos e fortes.