Quem tem fome, tem pressa! Bolsonaro e Guedes atrasam pagamento de auxílio

Governo sanciona com atraso projeto que garante auxílio a trabalhadores durante a pandemia e ainda veta ampliação do BPC


Publicado em: 1 de abril de 2020

Brasil

Sonara Costa, do Rio de Janeiro (RJ)

Esquerda Online

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Após dos dois dias de espera, o presidente finalmente sancionou o projeto aprovado pelo Congresso Nacional, que prevê auxílio de R$ 600,00 para os trabalhadores informais e de R$ 1.200,00 para ajudar mães responsáveis pelo sustento da família durante o período da pandemia – este último proposta do PSOL. Apesar do discurso mais ponderado no pronunciamento desta terça-feira, 31, até o momento o governo não estabeleceu o calendário de pagamento, que será feito por três meses.

O ministro Paulo Guedes pede paciência, fala em mudanças constitucionais, afirma que dinheiro não cai do céu, mas na verdade busca adiar ao máximo o pagamento desse direito em meio a uma crise sem paralelo em nossa História.

O projeto aprovado pelo Congresso Nacional sofreu ainda um veto que atingirá especialmente idosos e pessoas com deficiência, derrubando a ampliação do valor do BPC (Benefício por Prestação Continuada). Na prática, significa que apenas aqueles que comprovem renda per capita até R$ 261,00 terão acesso ao benefício. Pelo projeto aprovado no Congresso, o BPC seria pago a todos que tema até R$ 522,00 de renda per capita, ou seja, a renda média entre os membros de uma família.

Garantir a quarentena: Paga logo, Bolsonaro!m

Assistimos a uma queda de braço. Todos os dias, às 20h30, panelaços ressoam a indignação provocada pelas sucessivas mentiras do presidente Bolsonaro, que desde a primeira hora busca fazer a população acreditar que estamos diante de uma “gripezinha” e acusa a imprensa de promover o pânico apenas no intuito de lhe impedir de governar.

Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o recolhimento de corpos na Itália não deixam dúvidas sobre a gravidade da situação. A quarentena tem sido apontada como a forma mais eficiente de impedir a contaminação num ritmo que leve à falência do sistema de saúde pública, e consequentemente a morte de milhares de pessoas.

No entanto, esta medida essencial só pode se tornar realidade se houver por parte do Estado o compromisso de colocar a vida em primeiro lugar. Domésticas, diaristas, feirantes, camelôs, mães solo que tiram seu sustento e de seus familiares do trabalho diário, um boleto por vez. Vivem em casas compartilhadas com filhos, tios e avós para esticar o salário em centros urbanos onde a vida é cada vez mais cara e o emprego formal mais raro.

Hoje 41% da população ocupada se encontra na informalidade. O presidente sabe que sem o pagamento da renda básica emergencial não é possível garantir a quarentena. Diante da fome, do corte da luz ou do despejo nenhuma mãe ou pai esperará. É cruel que as pessoas cheguem ao ponto de arriscar a própria vida em nome da manutenção dos lucros, que vidas sejam sacrificadas para atender as exigências de empresários e banqueiros.

A urgência da situação exige celeridade, repasse imediato àqueles que mais precisam, pois o pão também não cai do céu. Para salvar as pessoas é preciso exigir: Paga logo, Bolsonaro!


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