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BRASIL

Corte no orçamento para o Metrô escancara a lógica da política de imobilidade urbana

Por: Sérgio Carioca, diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo

 

Sindicato dos Metroviários de São Paulo e o gabinete do deputado estadual Carlos Gianazi realizam audiência pública sobre ataque ao Metrô e CPTM em São Paulo

O Projeto de lei enviado para a ALESP pela gestão Márcio França prevê a redução de 9,86% no orçamento para Metrô e de 8,8% para a CPTM, e escancara a política de mobilidade dominante e a sua utilização puramente eleitoral e propagandística.

É notória a necessidade de ampliação da malha metroviária como solução para os gargalos insuportáveis da mobilidade urbana em São Paulo e nos grandes centros.

Também é consensual que é necessário investimento pesado, permanente e estratégico, para reverter o ritmo de crescimento pífio da malha metroviária.

É sabido também que colocar dinheiro estrutural no metrô é um investimento, não um gasto a fundo perdido, como atestam os balanços sociais da empresa.

No entanto, repetindo a mesmo roteiro carcomido, nem bem terminou a eleição, eivada de “inauguração” de estações de metrô que estavam represadas politicamente para serem utilizadas como propaganda, temos um corte de orçamento, retomando-se a lógica de expansão que está levando a cidade a paralisia.

A Audiência Pública do próximo dia 26/11 na Alesp, promovida pelo sindicato, em parceria com o gabinete do deputado estadual do PSOL Carlos Gianazzi, com apoio das bancadas do PCdoB e do PT, tem como objetivo marcar e denunciar essas desfaçatez, mas também contextualizar a ofensiva privatista contra a empresa pública e seus trabalhadores e preparar a luta e a resistência aos ataques que já estão acontecendo, mas que irão se avolumar com a dupla derrota eleitoral que sofremos, em nível federal e estadual.

Pretendemos, nesse fim de ano, estreitar laços com todos que se opõem à dinâmica antidemocrática, que tem como fim prático o ataque aos direitos, avolumando a superexploração por um lado, e alimentando exponencialmente a já ultra concentrada distribuição de renda no país por outro.

A política de mobilidade, que no caso podemos batizar de “política de imobilidade” cai como uma luva nesta estratégia cruel.

Fomenta-se a cidade fragmentada, desigual e violenta. Cria-se uma situação insuportável, meio de cultura para discursos e práticas obscuras.

O que temos não é uma “crise de mobilidade”, mas uma política que fomenta permanentemente uma situação para se justificar a sanha de lucros sobre miséria.

Foto: EBC