Por: Anna Schepp, de Santa Maria, RS
23 de setembro é o Dia Nacional da Visibilidade Bissexual. 2016 foi escolhido ano da visibilidade bissexual pela Federação Estatal de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (FELGBT). Você sabia disso? Provavelmente não. Em contrapartida, você certamente ouviu falar em bifobia. Houve um significativo aumento das discussões em torno do assunto nos últimos meses, fato que merece nossa atenção.
A palavra bifobia é repetida muito mais vezes que bissexualidade. Mas há de se destacar: muitas das vezes que bifobia aparece enfatizada no discurso, esse é lotado de insinuações bifóbicas.
A bifobia não é considerada porque a bissexualidade é desconsiderada. Não nos é permitido falar em opressão, ou preconceito, porque, primeiramente, não nos é permitido existir. Somos sempre os meio-heterossexuais, as quase-lésbicas, ou os gays que têm medo de se assumir. Nós, bissexuais, não temos representação relevante na sociedade, no movimento LGBT, sequer num seriado popular – Piper Chapman já disse que é bissexual? Piper Elizabeth Chapman é uma personagem de ficção interpretada por Taylor Schilling, protagonista de Orange Is the New Black.
Mas, se a heteronormatividade é responsável pela LGBTfobia, por que a bifobia não tem credibilidade?
Ora, porque a bissexualidade não provoca interesse. Somos insignificantes. Deslegitimar a opressão que sofremos é mais importante que lutar contra nós. Estamos sendo subestimados e precisamos deixar explícito que somos mulheres e homens com uma sexualidade que independe do relacionamento nos quais estamos. Uma sexualidade que não deve explicações a ninguém.
Não estou aqui para dialogar com quem nos invisibiliza, estou aqui para avisar que nós não vamos nos esconder. Terão que, mais do que nos engolir, nos enxergar.
Foto: Alexandre Borges no Flickr em CC, alguns direitos reservados.
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