A semana do impeachment de Dilma surpreendeu a todos e provavelmente até mesmo o PT. As mobilizações do Fora Temer se espalharam por todo país.
Uma parte da população entendeu a manobra reacionária do Congresso Nacional. Temer não conseguiu “pacificar o Brasil”. A instabilidade continua.
Um poderoso bloco entre os de cima
A articulação política que levou ao impeachment de Dilma Roussef tem um projeto nítido. Em 2015 fizeram pelo menos dois dias de atos expressivos em março e agosto, moveram uma base social de classe média alta.
Fazem parte deste bloco reacionário a maioria do Congresso Nacional, a grande mídia, as Federações patronais, a FIESP, FIRJAM, FIEMG, os bancos e o capital financeiro.
O plano é: corte de direitos, ajuste fiscal, reforma da previdência, reforma trabalhista, etc. Em resumo: os trabalhadores tem que pagar a conta da crise.
A linha ideológica é evidente, se apoiam na Lava Jato e na grande mídia para convencer a população que o “problema do Brasil” é a corrupção e o PT. Assim buscam através de mecanismos jurídicos e escândalos políticos passar uma mensagem: toda a esquerda é corrupta, eles não podem governar.
O ódio de classe que faltou à Lula e ao PT, sobra para eles. O bloco dos de cima tem ódio dos pobres.
Única saída
Não nos enganemos mais uma vez. A saída Lula 2018 não resolve o problema dos trabalhadores. Até lá Temer já terá aplicado uma mudança profunda na legislação brasileira. Retrocederemos décadas. O ajuste precisa cair agora. Temer precisa ser derrotado nas ruas.
Além disso “Lula 2018” não pode ser a estratégia da esquerda. Este caminho foi testado, exaustivamente. É preciso coragem para superar o petismo. A conciliação de classes já mostrou sua falência como mecanismo de transformação social.
Quando tem crescimento econômico o capital ganha e distribui migalhas, quando tem crise jogam a conta nas costas dos trabalhadores. É o que estão fazendo agora, precisamos tirar lições do passado.
Dia 22 e 29 de setembro
As centrais sindicais e os movimentos sociais estão convocando mais dois dias de luta neste mês: 22 e 29 de setembro. No dia 22 sairão às ruas os professores e servidores públicos em geral contra o PLP 257, a PEC 241 e a reforma da previdência.
No dia 29 os metalúrgicos articulam uma paralisação nacional contra as demissões e a retirada de direitos.
Será um teste na disposição em mobilizar a classe trabalhadora para barrar o ajuste, já que os sindicatos ainda são majoritariamente conduzidos pelo PT.
Não temos dúvida que é preciso ir às ruas. Colocar o time em campo. Unificar todos os setores. Nenhuma categoria sozinha pode enfrentar o bloco que hoje governa o país. As campanhas salariais não tem futuro sem unidade. Um bloco dos de baixo unificado tem muito poder.
Empregados de carteira assinada, servidores públicos, terceirizados, empregados precários, desempregados, jovens que não conseguiram nem o primeiro emprego, idosos que se aposentaram, mas não conseguem sobreviver, negros, mulheres, LGBT’s que dependem do seu próprio esforço pra viver….
Somos milhões. É preciso entrar em movimento e barrar os planos de Temer. Vamos dar um passo em frente no dia 22 de setembro.
Atos do dia 22 de setembro
São Paulo: 16h, MASP.
Rio de Janeiro: 16h, Candelária.
Belo Horizonte: 9h, Praça da Estação (Frente Povo em medo e Brasil Popular). 14h, Praça Sete (Ato Unificado das Centrais Sindicais).
Fortaleza: 8h, Av. Duque de Caxias. 13h, Av. Borges de Melo.
Mande as informações da sua cidade: [email protected]
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