Recentemente, a deputada estadual por Santa Catarina, Ana Carolina Campgagno, recém eleita pelo PSL, partido de Bolsonaro, publicou vídeo no qual incita estudantes a gravarem aulas de professores, com o objetivo de denunciar a “doutrinação marxista nas escolas”. Mas, esta mesma foi denunciada por ex-aluno por dar aulas de história, pois também é professora, com camiseta da campanha “Bolsonaro presidente”.
Sabemos que a sala de aula é alvo de ataques de todos os tipos da extrema-direita que tomou o governo do país, com seus projetos de militarização do ensino, ensino a distância (EAD) sendo aplicado desde o fundamental, privatização, desvalorização dos profissionais da educação. Pretendem acabar com qualquer projeto de ensino público de qualidade para o país. Além de sofrerem com o sucateamento, os trabalhadores da educação ainda sofrem uma campanha de calúnias que os chama de “doutrinadores”.
Porém, a escola é um espaço de livre pensamento. Em tese, neste local as diversas linhas de pensamento devem existir juntas, baseando-se na liberdade de crítica e pluralidade, sem cairmos no mito da neutralidade. O que os defensores do Escola Sem Partido querem eliminar é uma dessas linhas, a de grandes pensadores como Paulo Freire, que estão entre as maiores referências no mundo quando o assunto é educação.
Por outro lado, outras instituições supostamente neutras, como o exército, receberam em seus quartéis o candidato à Presidência que saiu como vencedor. Da mesma forma, líderes religiosos congregaram em seus templos a favor deste mesmo candidato. Por qual motivo o movimento “Escola Sem Partido” também não abre suas filiais “igreja sem partido” e “exército sem partido”?
A resposta é simples, como nesses espaços suas ideias encontram muito menos oposição, não lhes interessa esse tipo de disputa. O “Escola sem Partido” revela sua verdadeira cara: “Escola de um só partido”.
Foto: EBC
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