Liderança sindical é ameaçada com demissão sumária no Instituto Evandro Chagas


Publicado em: 3 de abril de 2022

Movimento

Will Mota, de Belém (PA)

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O assédio moral e a perseguição política há tempos têm sido usados como ferramentas de gestão no serviço público, seja como forma de assegurar o andamento do processo de desmonte, sucateamento, precarização e privatização dos serviços prestados à população, seja para encobrir eventuais irregularidades, como a instrumentalização política do aparato estatal. Esta tendência apenas foi aprofundada pelo atual governo, que elevou a patamares inéditos a utilização da incompetência e do autoritarismo como critérios para a ocupação dos mais altos cargos de gestão na administração pública.

O Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão vinculado ao Ministério da Saúde através da Secretaria de Vigilância em Saúde, mesmo atuando na linha de frente da resposta às ameaças à saúde pública no país, tendo sido, por exemplo, um dos poucos laboratórios do país habilitados à diagnosticar casos suspeitos de Ebola, durante o surto da doença no continente africano em 2014, e atuado na vigilância em saúde durante o surto de Zikavirus em 2017 e na trágica pandemia de COVID-19, ainda em curso, infelizmente, não está alheio a esta triste realidade.

O assédio moral e as práticas antissindicais têm sido uma constante ao longo dos mais de 85 anos de história dessa importantíssima instituição. O que tem se refletido, entre outras coisas, no sistemático processo de perseguição política de servidores do instituto com histórico de atuação sindical, notadamente, a partir da histórica greve do funcionalismo público federal em 2015, onde a mobilização dos trabalhadores da instituição teve papel de destaque na base estadual da categoria.

O mais recente desses casos é o do ex-dirigente sindical Glailson Santos, ameaçado com sua demissão em um PAD sumário, repleto de contradições e irregularidades, que o acusa de abandono de emprego e inassiduidade habitual, embora o servidor seja uma reconhecida referência de luta sindical em sua categoria; esteja atuando profissionalmente na Seção de Virologia durante a pandemia COVID-19, responsável entre outras coisas pela identificação dos primeiros casos das variantes Delta e Ômicron no estado do Pará; e integre o Grupo de Trabalho de Governança e Gestão Institucional, com o objetivo de fortalecer a governança e a transparência na gestão do IEC.

A atuação de tal grupo de trabalho, aliás, tem tido enorme relevância na atualidade, uma vez que a instituição tem sido alvo de auditorias e investigações por parte da Controladoria Geral da União (CGU), do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), como a deflagração de ações como a Operação Parasita e a Operação Hospedeiro, ambas realizadas em 2020, que culminaram com a prisão do então vice-diretor do IEC por suspeita de envolvimento com supostas fraudes em processos de contratação que podem somar mais de R$ 20 milhões em recursos desviados.

Assim, os servidores do Instituto Evandro Chagas, com o apoio de seu sindicato, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado do Pará (SINTSEP-PA), estarão lançando nesta segunda-feira, 04/03, às 14h, no Prédio do Restaurante do IEC, uma campanha contra o assédio moral e a perseguição política no IEC, e em defesa do companheiro Glailson Santos, pelo arquivamento do PAD absurdo aberto contra ele e contra a ameaça de sua demissão.

 

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