O Lirismo arrojado de Cátia de França – Notas
Publicado em: 25 de abril de 2024
Cultura
Coluna Romero Venâncio
Romero Venâncio
Romero Venâncio é Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco e professor da Universidade Federal de Sergipe (Departamento de Filosofia e Núcleo de Ciências da Religião). Atua em pesquisas sobre: Marx, Sartre, F. Fanon, Enrique Dussel e o pensamento Decolonial Latino Americano.
Cultura
Coluna Romero Venâncio
Romero Venâncio
Romero Venâncio é Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco e professor da Universidade Federal de Sergipe (Departamento de Filosofia e Núcleo de Ciências da Religião). Atua em pesquisas sobre: Marx, Sartre, F. Fanon, Enrique Dussel e o pensamento Decolonial Latino Americano.
Esta grande senhora nasceu com o nome de Catarina Maria de França Carneiro em 1947 na bela cidade e inspiradora João Pessoa. Adotou o nome artístico de Cátia de França. Desde muito menina quando aprendeu piano, sanfona e violão, depois aderindo à flauta e à percussão. Estava aqui armada toda uma musicalidade que marcará sua vida até os dias atuais. Instrumentos (violão, sanfona, flauta) que vão se casar perfeitamente com sua voz inconfundível e de sotaque nordestino forte que ela faz questão de demonstrar.
Gravou sete discos fundamentais até aqui: “Vinte Palavras ao Redor do Sol” (1979), “Estilhaços” (1980), “Feliz Demais” (1986), “Avatar” (1998), “Cátia de França canta Pedro Osmar” (2005), “Hóspede da Natureza” (2016) e “Encantarya” (2022), no qual demonstra a força criativa da música paraibana/universal. Em cada disco citado, podemos encontrar verdadeiras raridades em termos de composição.
Merece destaque uma passagem pelo teatro nos anos 70. Entre 1974 e 1976, Cátia de França atuou como sonoplasta, instrumentista e até diretora musical de peças como “Lampião no Inferno”, de Jairo Lima, dirigida por Luiz Mendonça, e “Viva o Cordão Encarnado”, de Luiz Marinho, também sob direção de Mendonça. Ainda com Mendonça, musicou para a peça “Feira Livre”, baseada em poemas de Plínio Marcos. Trilha sonora das boas.
Sua música tem como suporte a literatura, fazendo referências à obra de João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, José Lins do Rego e Manoel de Barros. A poesia forte da sua música vem da literatura que transtorna a linguagem tirada da força da terra, da água, do sol e das matas…
Nos últimos anos tem se dedicado mais intensamente a compor colada à natureza e as trocas sonoras. Uma imersão nos mistérios da natureza e da vida, combinada a elementos sonoros diversos, mesclando ritmos nordestinos tradicionais com contemporâneos do mundo. Sua poética, carregada de significado, transporta os ouvintes para uma jornada sensorial através do Nordeste Futurista (atmosfera sonora e visual proposta pela artista), onde a identidade é ressignificada e costurada pelo repente.
Viveu um tempo transitando entre Friburgo-RJ – João Pessoa-PB. Aprendeu muito nesse trân/si/to e tem nos legado tanto. Porque hoje é sábado, viva Cátia de França.
Top 5 da semana

brasil
Prisão de Bolsonaro expõe feridas abertas: choramos os nossos, não os deles
brasil
Injustamente demitido pelo Governo Bolsonaro, pude comemorar minha reintegração na semana do julgamento do Golpe
psol
Sonia Meire assume procuradoria da mulher da Câmara Municipal de Aracaju
mundo
11 de setembro de 1973: a tragédia chilena
mundo