Da Redação
No dia em que o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff (PT) foi consumado no Senado Federal, milhares de pessoas foram às ruas em diversas capitais do país para denunciar a manobra parlamentar e exigir o Fora Temer.
Durante os protestos, veículos de comunicação, grupos empresariais e sedes de partidos políticos, impulsionadores do impeachment, sofreram escrachos do movimento.
Em São Paulo, a porta da sede do Jornal Folha de São Paulo teve o nome “golpista” marcado. Em Porto Alegre, foi a vez da sede do PMDB, partido de Michel Temer. Em Natal, a sede da afiliada da Rede Globo também foi alvo de protestos. Mobilizações também aconteceram em Recife, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba, Manaus, Belém, Florianópolis e muitas outras capitais e cidades do país.
Centrais sindicais como CUT, CTB, as frentes Brasil Popular, Povo sem Medo e Frente de Esquerda Socialista compuseram as manifestações. Representante do MTST, movimento que ocupou estradas na manhã desta quarta-feira (31) em protesto à possível consolidação do impeachment, Guilherme Boulos esteve presente no ato de São Paulo. “Vamos encher as ruas. Eles ganharam no Senado, mas na rua a história é outra”, declarou.
Não foram apenas participantes de organizações e movimentos sociais que se somaram aos protestos. “Eu vim pra esse ato porque a interrupção do governo dela é ilegitima, principalmente, porque está sendo conduzida por grupos que não pensam nos interesses do povo, mas sim em interesses privados”, explicou estudante da USP.
Nas manifestações, o Fora Temer foi o grito mais entoado. Grupos reivindicaram a volta de Dilma, enquanto outros defenderam novo processo de decisão. Para a representante do MAIS, professora Silvia Ferraro, novas eleições é a melhor alternativa. “Vamos nos manifestar contra essa manobra parlamentar reacionária deste Congresso corrupto. Vamos juntos derrubar este governo Temer e exigir eleições gerais”, defendeu.
A falta de participação da população foi um dos motivos questionados pelos contrários à decisão. A representante do movimento Juntos, Sâmia Bonfim, foi uma das que criticou a composição do Senado e defendeu decisão popular. “O impeachment da Dilma não tem a menor legitimidade. Foi feito um golpe institucional. Estamos aqui para dizer que o povo vai vencer e que a gente nas ruas vai conseguir derrubar o Temer e arrancar um processo de novas eleições. Porque quem tem que decidir é o povo e não esse Senado velho, carcomido e corrupto”.
No Rio de Janeiro, pelo menos três mil pessoas participaram do protesto. Um forte aparato policial ajudou a dispersar os manifestantes. A fotógrafa Natália comentou o sentimento de incerteza sobre o futuro. “Para mim não consigo mais enxergar perspectiva de futuro, não sei o que vai ser amanhã. Um governo que eu não reconheço, que pra mim não é legítimo. Estou tentando processar o que está acontecendo. Um golpe parlamentar para mim é nítido. Não sei nem se vou poder mais votar, não sei como vai ser o futuro”, desabafou.
Em Recife, barricadas foram montadas nas ruas parando o trânsito da cidade. A capital gaúcha, Porto Alegre, reuniu mais 10 mil contra o golpe que levou o PMDB à Presidência da República de forma ilegítima. Mas, não apenas nas capitais houve protestos. Em Santos, São Paulo, assim como em outros municípios, também teve passeata.
Novas manifestações estão sendo organizadas em todo o Brasil. Atos espontâneos podem surgir e uma grande mobilização é convocada para o dia 7 de setembro em várias cidades, durante o Grito dos Excluídos.
Confira o Especial sobre o Impeachment do Esquerda Online aqui.
Veja imagens dos atos pelo país:
São Paulo
Vídeo Esquerda Online
Rio de Janeiro
Brasília
Belo Horizonte
Natal
Recife
Porto Alegre
Curitiba
Santos (SP)
Belém (PA)
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