Por: Carolina Burgos, da Redação
Centrais sindicais se reúnem novamente, nesta sexta-feira (8), para discutir ações comuns para barrar a Reforma da Previdência. A reunião será na sede da CUT, em São Paulo, às 10h, e foi convocada com o nome “Se botar para votar, o Brasil vai parar!”. Apesar de ainda não haver data definida, governo e aliados no Congresso Nacional trabalham para colocar o projeto em votação ainda este ano.
A convocação do encontro entre as centrais acontece no momento em que o governo aproveita para se reorganizar sobre a pauta. A data para o tema ir ao Plenário da Câmara ainda não está definida. De acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o dia da votação só será anunciado quando ele estiver certo dos 308 votos favoráveis. Para isso, corre contra o tempo. Nesta quarta-feira (6), o PMDB anunciou fechar a questão. Com isso, os parlamentares são centralizados a serem favoráveis ao tema. O partido divulgou que os que não votarem de acordo com a orientação serão punidos. Outro partido a fechar a questão foi o PTB.
Já o PSDB afirma que nem todos os deputados estão convencidos do voto favorável. O receio dos políticos é sobre como a votação da Reforma da Previdência, amplamente rechaçada pelos brasileiros, não poderia impactar nas eleições de 2018. E é com essa contradição e a pressão das ruas que contam os movimentos sociais.
Entidades como a Fasubra, que reúne trabalhadores técnico-administrativos em Educação em greve há 26 dias, lançaram uma carta aberta às centrais para que convoquem uma nova data de greve nacional. “Fazemos um chamado a todas as entidades sindicais do país, a também exigirem que as centrais convoquem um novo dia de greve nacional. Acreditamos que somente a frente única entre as centrais e movimentos sociais nesse momento pode derrotar de vez os planos de Temer e desse congresso cheio de corruptos, de aprovar a reforma da Previdência ainda esse ano”, diz a nota.
A reunião das centrais acontecerá três dias após o dia 5 de dezembro, inicialmente convocado como dia de greve nacional contra a Reforma da Previdência. Diversas categorias do país, como metalúrgicos, metroviários de São Paulo, construção civil em alguns estados, funcionalismo público federal, entre outras, realizaram assembleias e aprovaram manifestações contra o projeto. Na última sexta-feira, no entanto, seis centrais sindicais lançaram uma nota afirmando o cancelamento da greve devido à retirada do projeto da pauta de terça-feira da Câmara dos Deputados. O anúncio não foi bem recebido em diversas bases. As centrais sindicais CSP-Conlutas e Intersindical, a Federação Nacional dos Petroleiros, a Fasubra, Andes, MTST, entre outras entidades e movimentos, mantiveram as mobilizações anteriormente organizadas. E apesar da desmobilização às vésperas do dia 5, o que causou impacto no número de presentes nos atos unitários, estes aconteceram na maior parte das cidades brasileiras.
Foto: Carol Burgos | Esquerda Online
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