Por: Renan e Lessa
As empresas já começaram a ampliar a terceirização para todos os setores da produção, o que agora é incentivado pela nova lei do governo Temer (PMDB), que permite terceirizar atividades-fim. Na Unilever não é diferente. A empresa anunciou um pacote de maldades que avança na reestruturação para lucrar mais e pagar menores salários aos trabalhadores: terceirizar totalmente o setor de logística, que passará a ganhar metade do salário atual; aumentar a terceirização do setor de processos e também demitir funcionários, cerca de 160.
Como se isso só não fosse suficiente, a Unilever ainda intimida funcionários através da chefia e acusa o sindicato de impedir a entrada de trabalhadores e terceiros, o que não é verdade, pois a adesão à greve é grande e os trabalhadores pararam espontaneamente, inclusive tendo iniciado uma operação-tartaruga dentro da produção na semana que antecedeu a greve.
Por tudo isso, os trabalhadores resistem e, reunidos em assembleia, decidiram por uma greve por tempo indeterminado, a partir de 29 de setembro, pois não querem aceitar nenhum direito a menos. A Unilever é uma multinacional gigantesca e seus lucros são estrondosos, ou seja, é perfeitamente possível ela manter os empregos e os salários.
Precisamos mais do que nunca de toda a unidade de ação entre os trabalhadores e sindicatos para que essa luta não fique isolada e que seja o exemplo de muitas outras que estão por vir, afinal, o que está acontecendo na Unilever é apenas o pontapé inicial dos ataques aos direitos históricos dos trabalhadores que começaram a ser implementados, possibilitados pela reforma trabalhista e pela lei de terceirizações. Também, através da malfadada reforma da previdência prevista para ser aprovada nesse semestre.
Vamos cobrar das autoridades públicas de Vinhedo e exigir que intercedam a favor dos trabalhadores, uma vez que a multinacional recebe poderosos subsídios fiscais da Prefeitura, abatimento de impostos, para gerar emprego na região.
Vamos resistir e dizer aos patrões e ao governo que não aceitaremos mais nem um ataque à nossa condição de vida, gerado pelo desemprego e diminuição de salários, nem a reforma da previdência que faz com que trabalhemos até morrer. Queremos unificar as lutas e campanhas salariais rumo a uma nova greve geral, que seja capaz de derrotar as reformas e derrubar o governo corrupto de Temer. Os trabalhadores criam a riqueza no país, por isso quando paramos é um ‘Deus nos acuda’. A empresa sabe que está perdendo dinheiro. Temos que usar essa força a nosso favor para garantir nossos direitos.
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