Por: Lucas Marques, do Centro Acadêmico de Ciências Humanas da Unicamp (Cach),
via Cursinhos Populares de Campinas
O dia 26 de setembro de 2017 foi um marco na retomada da luta pela meia passagem de ônibus para estudantes de cursinhos populares. Após debates ocorridos nos cursinhos da região, sobre o direito à cidade e direito à educação, dificultados pelo valor da tarifa do transporte público de Campinas, nos encontramos no MIS (Museu da Imagem e do Som) para ampliar e recuperar nossa discussão acerca da meia passagem.
Após anos de luta e organização do movimento negro e de estudantes, a Unicamp e a USP – universidades estaduais de São Paulo – finalmente aprovaram o princípio de cotas raciais e sociais para o ingresso em seus vestibulares. Consideramos que essa foi uma grande vitória popular, mas existem outros fatores que impedem o acesso da população negra e periférica ao ensino superior público. Um deles sendo exatamente as péssimas condições de mobilidade urbana garantidas pelas prefeituras para a juventude acessar as cidades e, assim, ter acesso também à cultura, ao lazer e à educação.
Muitos estudantes de cursinhos populares acabam deixando de frequentar as aulas no decorrer do ano por não conseguirem arcar com os custos da passagem de ônibus de Campinas que, apesar de ser a mais cara do Brasil (R$4,50), ainda conta com um sistema de transporte bastante precarizado. Isso contribui de maneira decisiva para a desistência dos estudos nos cursinhos e, a longo prazo, do próprio vestibular.
Nosso encontro na terça-feira foi muito animador e nos ajudou a organizar ideias para recuperar a luta pela meia passagem de ônibus em Campinas. Convidamos os movimentos sociais e estudantis da região para participarem também dos próximos espaços que estamos construindo, justamente por acreditar que essa é uma pauta de grande importância para defesa de uma cidade menos desigual.
“Sou estudante e vou lutar, meia passagem pra cursinho popular!”
Foto: Reprodução EPTV
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