Por: Hyago Brayhan, de Brasília, DF
Brasil, esse é o país que a cada 25 horas mata um LGBT. Aqui no lado sul do mundo não nos faltam contradições. No Carnaval, um homem cis e heterossexual se sente livre para se fantasiar de mulher, mas, contraditoriamente, no mesmo país a expectativa de vida de uma pessoa transexual é de 35 anos. Contudo, mesmo após um golpe e o aprofundamento do conservadorismo, um milagre aconteceu na nação verde amarela, surgiu na cena musical uma drag periférica e nordestina. Pabllo Vittar hoje dispensa apresentações, seu videoclipes já ultrapassam mais de 100 milhões de visualizações no youtube e suas músicas estão no topo. O mesmo país que elegeu a bancada evangélica, que aponta Bolsonaro no segundo turno está sendo anestesiado pelo brilho de um drag queen.
Essa é a nossa história contemporânea, cenário desolador, o roteiro é um verdadeiro filme de terror e nossa protagonista tem nome Pabllo Vittar. Ela continua sua escalada para o topo. A maranhense de 22 anos deu uma entrevista aso programa Fantástico da Rede Globo, jogando na cara da “família tradicional brasileira” a homofobia que passou, um K.O midiático.
Entretanto, continuamos nessa realidade cruel e nem mesmo a fama pode proteger Vittar da barbárie tupiniquim. O canal do youtube de Pabllo foi hoje invadido por hackers, seus vídeos foram excluídos e sua foto de perfil foi trocada pela foto do herói dos neofascistas brasileiros, Jair Bolsonaro. Até quando isso vai continuar? Por qual motivo esses grupos continuam a agir livremente e enquanto isso um homem negro está preso por ter Pinho Sol na mochila?
É justamente porque esse Estado não está a serviço de nós (lgbts, negros e negras, periféricos e mulheres). O inimigo continua entre nós, por isso nada de nos entorpecer, vamos nos levantar e dar um K.O neles. Machistas, racistas e LGBTfóbicos não passarão. #TodoscomPablloVittar
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