Atenção, rodoviários e rodoviárias: Aldo Lima vai voltar à Caxangá.
Da Redação, de Recife, PE
Em meio a tantos ataques dos governos aos direitos da classe trabalhadora, surge um alívio em Pernambuco. Após mais de quatro anos demitido ilegalmente, Aldo Lima, liderança rodoviária em Recife, deve retornar à empresa Caxangá nos próximos dias. Ele foi demitido em meados de 2013, fruto de uma perseguição política.
Na contramão da conjuntura política e recrudescimento jurídico, a decisão que saiu nesta quarta-feira, 19, reforçou o direito à luta dos trabalhadores. Com ousadia jurídica e argumentos sólidos, o Juiz José Augusto Segundo Neto, da 21ª Vara do Trabalho de Recife, registra que a demissão de Aldo é fruto do importante papel de liderança que foi construída ao longo dos últimos cinco anos.
O juiz vai mais além, afirmando que a demissão de Aldo foi um ataque ao direito de organização dos trabalhadores. “A despedida não visa atingir um direito individual, mas de toda a categoria profissional. Atentou-se contra a liberdade sindical”, destaca a sentença.
Rodoviário desde 2003, Aldo começou a trabalhar com 19 anos na Caxangá, como cobrador, sendo promovido a motorista após cinco anos. A militância sindical de Aldo teve início em 2012, quando participou das mobilizações espontâneas da categoria. Na época, os rodoviários questionavam a postura do então presidente do sindicato, Patrício Magalhães, na campanha salarial.
“Nunca deixei de ser rodoviário e a decisão do juiz apenas comprova isso. A patronal me tirou das garagens de forma ilegal, mas segui na resistência junto à categoria nesses últimos quatro anos. Agora estou de volta às garagens, sigo na luta da categoria que hoje é contra as demissões dos cobradores e fiscais, por um reajuste digno e volto com muito orgulho a dirigir, pois sempre tive prazer de exercer minha profissão”, declarou Aldo.
A patronal já recorreu à decisão e o caso segue para o Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco, mas Aldo tem garantido o retorno à função de motorista. Ele apenas aguarda o oficial de justiça para efetivar a decisão.
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