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EDITORIAL

Querem calar a voz do PSOL, PSTU e PCB

A reforma política aprovada no Congresso Nacional em 2015, desenhada pelo corrupto Eduardo Cunha e sancionada pela presidente Dilma Rousseff, trouxe serias restrições antidemocráticas para os partidos políticos socialistas de oposição de esquerda, como PSOL, PSTU, PCB e PCO.

Agora, para os partidos terem garantia de participação nos debates televisivos, precisa-se ter no mínimo 10 deputados federais filiados ao partido do candidato a cargo majoritário. Sem esta condição, tornou-se prerrogativa das emissoras de TV o convidarem e de dois terços dos candidatos com direito a partição aceitar a presença destes candidatos. Junto a isto, há uma brutal redução do tempo de televisão, que já era pequeno, para os partidos da esquerda alternativa. A ex-candidata a presidente pelo PSOL, Luciana Genro, que lidera as pesquisas em Porto Alegre, terá 12 segundos. Já Marcelo Freixo, do PSOL do Rio de Janeiro, terá por volta de 10 segundos.

Verdade que precisamos de uma reforma política. Porem, isto é uma necessidade para permitir condições mais igualitárias entre os candidatos, evitando que o poder econômico decida as eleições. A reforma de Cunha teve objetivo oposto. Ele, assim como uma fração da burguesia brasileira tenta impedir o surgimento pela esquerda de uma alternativa com peso popular à falência do PT e suas alternativa à direita. Tal processo, de superação de partidos socialdemocratas tradicionais, tem ocorrido em vários cantos do mundo, como é o caso do fenômeno Syriza na Grécia, que superou o antigo PASOK, ou do Podemos, na Espanha, que ameaça pela esquerda a antiga hegemonia do PSOE.

Marcelo Freixo, que teve 1 milhão de votos para a Prefeitura do Rio de Janeiro em 2012 e está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, acabou de ser vetado de participar do debate da Rede Bandeirantes pelos candidatos Pedro Paulo (PMDB), Osório (PSDB) e Índio da Costa (PSD). O mesmo veto ocorreu com Cyro Garcia (PSTU).

Em São Paulo, Luiza Erundina, também do PSOL, está com 10% das intenções de voto. Ela igualmente foi vetada de participar dos debates de TV por João Dória (PSDB), Marta Suplicy (PMDB) e Major Olimpio (Solidariedade). Essa medida se estende também aos candidatos dos outros partidos da esquerda socialista.

É preciso denunciar essa medida antidemocrática. PSOL, PSTU e PCB devem se unir em uma campanha nacional em defesa da participação dos seus candidatos nos debates de televisão. Precisamos usar a força da internet e da militância para organizar atos de repúdio a essa interferência antidemocrática nas eleições. Os partidos da esquerda socialista tem militância e apoio para organizar uma grande campanha. Não vamos deixar calar o PSOL, PSTU e PCB!

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eleições / pcb / psol / pstu