Editorial 9 de maio
A reunião das Centrais Sindicais, nesta segunda-feira (07), convocou a marcha a Brasília contra as Reformas (#OcupaBrasília) para o dia 24 de maio. Ocorreu uma mudança na data original do evento previsto para ocorrer inicialmente do dia 15 a 19 de maio. As centrais divulgaram também calendário de atividades na capital do país até o dia do Ocupa Brasília.
Construir com prioridade e pela base a Marcha a Brasília
O grande desafio dos movimentos sociais nas próximas duas semanas é construir uma grande caravana nacional rumo a Brasília.
Devemos construir, desde já, assembleias nos locais de trabalho, estudo e categorias para discutir o calendário de lutas e a marcha. Os sindicatos de todas as centrais sindicais devem estar à frente dessa movimentação, organizando ônibus para levar o maior número possível de ativistas de base para o Ocupa Brasília. O sucesso desse movimento organizativo nos próximos dias é a chave para construir uma vitoriosa marcha. Devemos ficar atentos onde o sindicato não convocar e exigir das direções sindicais que se movam para construir a marcha.
É fundamental a repetição da unidade que presenciamos no dia 28 de abril. Centrais sindicais, movimentos estudantil e popular, como o MTST, garantiram a força do movimento. Devemos repetir essa unidade em Brasília.
Temer não vai recuar
O governo golpista de Temer acelerou o trâmite das reformas da Previdência e Trabalhista. A proposta de Reforma da Previdência está sendo aprovada na Comissão Especial, que analisa o projeto e já pode ir para plenário da Câmara nas próximas semanas. O governo negocia com parlamentares a aprovação do projeto e as projeções indicam que ainda não há maioria.
A Reforma Trabalhista, que muda mais de cem artigos da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) foi aprovada na Câmara na véspera da greve geral. Agora, o governo quer a aprovação em turno único no Senado. Neste momento, o projeto está tramitando em três comissões de apreciação na casa. A previsão para sua votação é no início de junho.
Temer, apesar de ter 4% de aprovação popular e ser odiado pela maioria da população, não vai recuar das reformas. A razão de ser do golpe parlamentar que o colocou no poder não é a popularidade do presidente, mas sim a aplicação a fundo das reformas e do plano de ajuste fiscal. Não podemos também confiar nesse Congresso majoritariamente ocupado por corruptos.
A hipótese de vitória do nosso movimento é aumentar a mobilização que está em crescente e questionar o governo Temer e as reformas. A greve geral de 28 de abril foi um primeiro passo. A marcha a Brasília é uma manifestação também de força, mas devemos apontar, desde já, a construção imediata de uma nova data de greve geral.
Lutar por um novo dia de greve geral para derrotar as reformas e derrubar Temer
O grande equívoco das centrais, até o presente momento, foi não apontar, depois de duas reuniões, a nova data da greve geral.
Sabemos que existem diferenças entre as centrais. A Força Sindical, por exemplo, está na base do governo Temer e apoiou o golpe parlamentar. Sua estratégia é, evidentemente, negociar uma proposta para as reformas Previdenciária e Trabalhista. Não vão levar a luta até última instância. A CUT, a principal central sindical do país, soltou declarações defendendo a greve geral, mas até o presente momento não impôs pelo seu peso essa proposta na reunião das centrais. Pelo contrário, abriu a reunião das centrais apresentando o Ocupa Brasília, sem apresentar uma nova proposta de greve geral. A direção da CUT precisa corrigir esse erro e apostar no crescimento do movimento e na possibilidade de derrubar as reformas. Um passo a frente é necessário. A CSP-Conlutas e Intersindical, centrais minoritárias, têm defendido a necessidade da marcação imediata da greve geral, mas não têm poder de garantir sozinhas essa ação.
O movimento está em uma crescente. Precisamos avançar ainda mais . Por isso, é importante que centrais como a CUT marquem imediatamente a nova greve geral . Os ativistas que vão construir o Ocupa Brasília estão ansiosos em relação aos rumos do movimento. É mais do que uma necessidade a marcação da nova data de greve geral.
Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil
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