EDITORIAL 04 DE MARÇO | Na época em que mais de 60% da população era a favor do impeachment, os parlamentares do PSDB, PMDB, DEM e outros partidos diziam que estavam ouvindo o “clamor popular”. Em menos de um ano, esses mesmos deputados planejam aprovar a Reforma da Previdência, rejeitada por 71% da população. A voz do povo deixou de ser a voz de Deus?
O relatório da reforma foi aprovado nesta quarta-feira (03) na Câmara dos Deputados pela comissão que avalia o tema. O relatório da Reforma da Previdência foi aprovado por 23 dos 37 deputados que faziam parte da comissão especial. Agora a proposta será votada no plenário, onde precisará de 308 votos. Até o presente momento apenas 76 deputados já se comprometeram com a reforma da previdência, segundo o placar feito pelo jornal O Estado de São Paulo. Para conseguir os 308 votos, o presidente Michel Temer está usando suas táticas de “convencimento”. Uma das armas do presidente é demitir os apadrinhados de deputados que votarem contra o governo. No Senado começa o trâmite essa semana da Reforma trabalhista, já aprovada na Câmara dos Deputados, com a constituição de três comissões para analisar o projeto votado na Câmara. A previsão é votar também dentro de um mês a Reforma trabalhista.
Nossa resposta deve ser a mobilização
No início do ano, o governo enviou para o Congresso uma proposta de reforma da previdência que exigia 49 anos de contribuição para a pessoa ganhar aposentadoria integral. Depois das mobilizações do dia 15 de março e com a ameaça de greve geral, este tempo de contribuição foi reduzido para 40 anos. A idade mínima de contribuição para as mulheres também foi reduzida para 62 anos. Antes era a mesma dos homens, 65 anos. Algumas categorias, como professores e policiais, também terão alguns benefícios. Isto não muda o caráter é da Reforma da Previdência, que continua prejudicando os trabalhadores. Mas mostra que a mobilização pode mudar os rumos do que votado no Congresso.
No último dia 28, a classe trabalhadora realizou a maior greve geral em 30 anos. Isto colocou os deputados na parede. Se a mobilização continuar, podemos derrotar a Reforma da Previdência e derrubar o governo Temer, lutando por eleições diretas e gerais. Não existe força maior do que a organização e mobilização dos trabalhadores.
Está prevista para esta quinta-feira (04\05) uma nova reunião das centrais sindicais. O sucesso da Greve Geral com a paralisação de cerca de 40 milhões de trabalhadores e mobilizações em 254 municípios indica a força crescente do movimento. Existem condições reais para um passo a frente. A construção de uma nova greve geral de 24 ou 48 horas. É preciso responder a altura essa nova provocação do governo golpista de Temer e esse congresso de corruptos. Para isso o caminho é a convocação e preparação pela base de uma nova greve geral que enfrente Temer e as Reformas.
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