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MOVIMENTO

Na Zona Leste de São Paulo, secundaristas se organizam para desorganizar

Por: Caetano dos Santos, de São Paulo, SP

Na Zona Leste e Extremo Leste de São Paulo os estudantes secundarista e jovens trabalhadores se reúnem com ânimo, saindo das reuniões vão aos pontos de ônibus e saída de estações de trem dialogar com os trabalhadores e com a juventude sobre a necessidade da Greve geral e a necessidade da derrubada do governo anti-popular de Michel “Fora” Temer. Em nós, a ousadia e a coragem. Em nós, a confiança e certeza de que só a aliança entre a classe trabalhadora e a juventude conseguirá as mudanças e a defesa dos nossos direitos. Em nós, o germinal do novo amanhecer.

O comando dos estudantes secundaristas em luta de São Paulo surgiu em 2015, quando explodiu o processo de ocupação de escolas contra a reorganização das escolas estaduais apresentada pelo governo tucano de Geraldo Alckimin (PSDB). O comando serviu para a unificação das escolas em luta e para que este processo não fosse aparelhado pelas direções burocráticas do movimento estudantil (UJS e satélites juvenis do PT, que aparelham a direção da UPES e UBES há décadas).

O comando fez com que aquele processo desse uma única paulada no governo, organizou os estudantes e conseguimos a vitória que foi a derrubada do secretário da educação, Herman Voorwald, e do projeto de reorganização. Passados dois anos daquele movimento explosivo, que abalou São Paulo e o Brasil, os estudantes tem mais uma desafio à vista: derrotar o governo Temer com suas reformas anti-populares que nos impõe trabalhar até morrer, rasga a CLT, permite a terceirização irrestrita e ainda sucateia a educação pública com a reforma do ensino médio, tirando matérias essenciais para o desenvolvimento crítico dos estudantes. Contudo, temos a consciência de que não faremos isso sozinhos, mas sim em aliança com os trabalhadores, esta aí nossa grande obsessão: a aliança entre a juventude e a classe trabalhadora.

O Subcomando da Zona Leste de São Paulo voltou à ativa, agrupando ativistas de alguns coletivos, correntes e estudantes independentes e autônomos, com a discussão de que é preciso reagrupar aquela geração de lutadores formada no processo de ocupações e agrupar aqueles que se despontam agora para as lutas sociais.

São dezenas de secundaristas da periferia de SP que, nas atividades, fazem a contagem de dinheiro para garantir a passagem de amigos para que estes possam participar das atividades, que contam as moedas para comprar uma pipoca para acompanhar um cine-debate, enfim, filhos de trabalhadores e futuros trabalhadores, muitos participando pela primeira vez de reuniões e ações do tipo, muitos despontando para o início da vida consciente.

Desde o subcomando da Zona Leste, as ações realizadas partem da compreensão de que a classe trabalhadora é quem move tudo no Brasil e no mundo. É quem produz toda riqueza do mundo, que age coletivamente para a produção dessa riqueza e sua coesão e força, através de suas mobilizações e organização, faz o que quiser. Os trabalhadores não precisam de “seus” patrões, os patrões precisam dos trabalhadores.

O poder de uma greve geral é grande, pois significa parar os meios de produção, as obras e tudo o que for. Só assim a burguesia perceberá a força que temos. Apenas com métodos de luta dos trabalhadores os patrões e os governos percebem a força de mobilização e recuam. A Juventude leva o ânimo e a esperança nas mudanças, afinal, temos todo um mundo novo a ver, temos todo um mundo velho a destruir. Pra nós, sobra a ousadia, a esperança e o ânimo. Se aliar com os trabalhadores é levar a ousadia da juventude com o peso e firmeza dos trabalhadores. Assim, a vitória será uma grande possibilidade.

O Subcomando dos Secundaristas em Luta da Zona Leste e Extremo Leste aposta todas suas fichas nisso. É com esta confiança que entramos nos trens e metrôs agitando e tentando levar coragem aos trabalhadores. É assim que vamos às escolas dialogar com estudantes e falar que só a luta vai mudar as nossas vidas. No dia 28, levaremos nosso bloco às ruas e permaneceremos organizados, pois os ataques são permanentes, independente do governo, e se os ataques são permanentes, a organização e a luta também devem ser.

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