Por: José Pereira, de Fortaleza, Ceará
O nome faz alusão ao Instituto dirigido por Riazanov após a Revolução Russa de 1917, o qual tinha a pretensão de organizar e divulgar a obra de Marx e Engels. A alusão adquire sentido quanto ao objetivo principal da versão mais modesta do Instituto em Fortaleza: criar um espaço plural de formação e divulgação do pensamento marxista.
Diante da tentativa de reorganização da esquerda, marcada por um cenário de confusão ideológica – instalada com o programa de conciliação de classe revestido de um discurso crítico e transformador – e do avanço da direita, que desfere ataques aos direitos dos trabalhadores através do governo golpista de Temer, se faz necessário o retorno à teoria marxista para divulgar e produzir uma visão de mundo dos trabalhadores, tendo como horizonte a superação da exploração e da opressão. Contudo, sempre buscando um olhar plural, que englobe as diversas possibilidades de interpretação da realidade presentes no marxismo.
Mas o Instituto não é um prédio ou um lugar, não temos uma casa. Nos reunimos em diversos espaços ocupados pela esquerda, como a Universidade, os sindicatos e a sede do MAIS. Somos um coletivo aberto a todos e todas que buscam divulgar, aprender e debater o marxismo, pronto para acolher as ideias e os pensamentos sob o olhar do trabalhador. Nossa única regra é a liberdade de pensamento e debate. Para tanto, promovemos debates que acolhem posições políticas e teóricas distintas, com representantes de diferentes organizações – MAIS, PSOL, NOS, PCB, – movimentos sociais – MTST, Coletivo Plantando a Informação, Oposições Bancaria, sindicais, Movimento Ecologista, coletivos culturais, Roda de mulheres do Metrópole, sindicalistas – e pesquisadores marxistas de diversos grupos e vertentes – VIES, G-Gramsci, GEM . Isto nos permite afirmar que o espaço do Instituto vem se constituído como um espaço plural.
O instituto é construído por trabalhadores, militantes, ativistas, todos que queiram somar na sua construção. As reuniões são abertas a todos, as decisões são tomadas democraticamente e os meios virtuais são um espaço de consulta e debate no qual todos podem emitir opiniões e fazer sugestões sobre temas para debates, cursos, nomes de debatedores. Tudo será debatido e avaliado pelo coletivo presente nas reuniões.
O IM&E funciona sobre a lógica de livre iniciativa, no qual atividades e sugestões estão condicionadas à execução pelos proponentes. Assim, qualquer pessoa pode ajudar na formação ou participar dos cursos de formação, propor outras formas de intervenção, realizar oficinas, rodas de conversas, divulgar as atividades, organizar atividades culturais, e mesmo propor atividades no bairro, local de estudo ou trabalho. Assim, todos e todas, estão convidados a conhecer, participar e ajudar a construir o IM&E como a “casa” das trabalhadoras e dos trabalhadores.
O IM&E é uma ferramenta de formação a serviço das trabalhadoras trabalhadores, com programações semestrais que iniciaram em setembro de 2016, com uma agenda de debates organizada para este semestre e com o plano de organizar um Curso de Introdução ao Materialismo Histórico Dialético. Mas estamos apenas começando. Nossa pretensão é divulgar e formar uma parcela da classe trabalhadora de nossa cidade sob o pensamento marxista. Para tanto, planejamos ir às periferias, ao Conjunto Palmeiras, Metrópole, Bom Jardim, e demais bairros.
Dessa forma, seguimos como um coletivo em construção, rico nas diferenças, plural, formados por mulheres da periferia, feministas, estudantes, negros e negras, professores, intelectuais, LGBT’S, operários, enfim, pela multiplicidade que é a classe trabalhadora. Seguimos, porque aprendemos que o futuro é o nosso lugar. Uni-vos.
Endereços eletrônicos:
https://www.facebook.com/institutomarxeengels/?fref=ts
https://www.facebook.com/groups/1096959153696796/?fref=ts
Programação de 2016:
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