Da Redação
“E eu tenho certeza de que nas próximas votações, vamos jogar mais como time campeão brasileiro do que um time campeão carioca ou paulista”. Essa foi a afirmação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, nesta quinta-feira (23), se referindo às próximas votações da casa, de projetos como as reformas trabalhista (PL 6787/16) e da Previdência (PEC 287/16). A declaração veio após o questionamento sobre a pouca diferença de votos ao projeto de terceirização, na quarta-feira (22), que totalizou em 231 a favor contra 188. Para as mudanças na previdência, que significam uma emenda à constituição, Maia teria que atingir 308 votos.
Os números não batem. Apesar de nenhuma confiança na composição da Câmara dos Deputados, que já deu demonstrações suficientes a serviço de qual projeto para o país está, Maia e o presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB) estão enfrentando dificuldades para conseguir levar à frente as mudanças estruturais como as que propõem com as reformas. A pressão sobre as pautas, impopulares, é grande, o que levou até à declaração do deputado Tiririca de que não jogaria fora anos de carreira artística para estar contra o povo, nesse momento. Já Temer, teve que fatiar o projeto da previdência e apelar para mais uma manobra.
Com as fortes manifestações que aconteceram no país, no dia 15 de março, os trabalhadores mostraram que têm potencial de pressionar para derrubada desses projetos. Não à toa, a declaração de Maia, na própria página da Câmara dos Deputados, foi extremamente recuada. “O importante é que foi vitorioso”, disse. Mas, o presidente da Câmara sabe que faz muita diferença um 7 x 1 de um 1 x 0 e que, para uma emenda à constituição, teria que recompor o time fortemente.
De um lado, vão tentar unir forças entre os representantes da burguesia. Do outro, os trabalhadores também estão se organizando para dar uma resposta mais forte e à altura dos ataques. Essa balança será medida nos próximos dias. Na próxima segunda-feira (27), as centrais sindicais do país se reúnem novamente para decidir em qual data irão construir o calendário unificado, já definido que será em abril, com ações conjuntas.
Segundo divulgado no site da Câmara, a previsão é que a Reforma Trabalhista entre em votação em 30, ou 40 dias. Em seguida, viria a Reforma da Previdência. O jogo ainda está em disputa. O adversário precisa se recompor e os trabalhadores e a juventude já demonstraram que podem vencer. A resposta à altura seria a construção de uma forte greve geral no país.
Foto: 15/03/2017- Brasília- DF, Brasil- Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fala à imprensa ao chegar ao Congresso Nacional | Marcelo Camargo / Agência Brasil
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