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Nota pública de repúdio à destruição das instalações e do acervo do Teatro Ventoforte


Publicado em: 16 de fevereiro de 2025

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Departamento de Artes Cênicas da ECA USP

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O Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da Escola de  Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo vem a público repudiar o ato de violência recém perpetrado pela Prefeitura Municipal de São Paulo em relação à  memória do teatro brasileiro. Em 13 de fevereiro de 2025 a administração da cidade, de  modo arbitrário destruiu as instalações e o acervo do Teatro Ventoforte na Praça do  Povo. 

Criado pelo artista Ilo Krugli nos anos 1970, o grupo esteve sediado na Casa do  Ventoforte instalada no Parque do Povo desde o início da década de 1980, onde  permaneceu até a morte de Ilo em 2019. Seus espetáculos marcaram época e  influenciaram fortemente o surgimento de uma série de grupos marcados pelo ideário  da produção coletiva e cooperativada, referência de um período de grande potência  criativa na história das nossas artes cênicas.  

No Ventoforte processos artísticos e pedagógicos se fundiam; do mesmo modo se  integravam teatro, dança, música, artes plásticas, formas animadas, folguedos  populares, circo, em manifestações artísticas inovadoras que contribuíram para a  formação estética de várias gerações. Inseparável das criações artísticas do grupo, toda  uma vertente de ações culturais e artísticas voltada para a população de toda a cidade  foi desenvolvida pelo Vento, que durante décadas teve papel de relevo no âmago de  políticas públicas para a cultura ao longo de diferentes gestões da prefeitura municipal  de São Paulo no período 1980 – 2010.  

Repudiamos pois com veemência a destruição arbitrária do legado de um grupo de tal  magnitude. Uma das características mais marcantes do Ventoforte era o tratamento altamente poético de relações de poder vigentes na época. E é contra uma manifestação  inaceitável de poder da atual gestão municipal que nos insurgimos agora. Repudiamos  pois, tentativas desse porte cuja intenção evidente é aniquilar a memória da nossa  produção artística. 

São Paulo, 15 de fevereiro de 2025 

Departamento de Artes Cênicas 

ECA-USP


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