Neste 2025, a guerra comercial, diplomática e militar pelo controle das maiores riquezas petroleiras do mundo tenderá a recrudescer com o novo governo Trump.
Desde que Hugo Chávez venceu as eleições em 1998, a oposição de extrema-direita, apoiada por setores da grande burguesia interna e pelo imperialismo norte-americano e europeu, tentou diversas formas para usurpar o poder no país: golpe de Estado em 2002; lockout da produção petroleira; boicote às eleições; bloqueio econômico do país ao comércio exterior. Depois, com a primeira vitória de Maduro, em 2013, tentativas de sequestro e assassinato do presidente por mercenários paramilitares; quase invasão do território; quarteladas golpistas; nomeação de presidente fake (Guaidó) para um governo paralelo; sequestro de bens e ativos do país nos Estados Unidos e na Inglaterra; assassinatos de ativistas de esquerda com as guarimbas fascistas; ações de sabotagem do sistema elétrico, etc.
São as práticas violentas usadas por setores da oposição interna extremista que ajudou o país a mergulhar num isolamento comercial e financeiro e numa forte crise econômica e migratória.
Sob este forte cerco e isolamento ocorreram, no dia 28 de julho de 2024, eleições presidenciais, cujoi resultado foi a vitória de Maduro com 51,2%, proclamada pelo Tribunal Eleitoral (CNE) do país.
A oposição de extrema-direita, liderada por Edmundo González e Maria Corina Machado – que sequer protocolaram algum tipo de recurso antes, durante ou depois do anúncio do CNE – após a proclamação do resultado, em 24 horas convocaram manifestações de rua, muitas violentas contra o patrimônio público, e difundiram sua própria vitória com base numa apuração privada paralela. Gerou-se mais um capítulo de tentativas de deslegitimar as instituições do país.
Outro setor da oposição e o próprio governo protocolaram ante o Superior Tribunal de Justiça do país petições para um posicionamento sobre a proclamação do CNE que teve como resultado o reconhecimento da vitória de Maduro.
Mesmo ante erros na condução do governo Maduro na área econômica e na garantia das liberdades democráticas para os movimentos sociais e sindicais e grupos da esquerda do país, há que se respeitar em primeiro lugar a soberania nacional da Venezuela diante dos violentos ataques externos que existem e poderão recrudescer visando a apropriação indébita da riqueza petroleira e a derrubada do regime atual.
Novamente, o governo dos Estados Unidos, se reportando aos resultados paralelos da oposição, também não reconheceu a decisão do órgão colegiado.
Os Estados Unidos, a União Européia e o governo de Milei tomaram posição em favor do reconhecimento do oposicionista. Este último organizou até um ato público em frente à Casa Rosada com a presença de González (foto) e utiliza a Embaixada da Argentina na Venezuela como um QG de lideranças da oposição, numa afronta à soberania nacional venezuelana e às leis diplomáticas internacionais.
Mesmo ante erros na condução do governo Maduro na área econômica e na garantia das liberdades democráticas para os movimentos sociais e sindicais e grupos da esquerda do país, há que se respeitar em primeiro lugar a soberania nacional da Venezuela diante dos violentos ataques externos que existem e poderão recrudescer visando a apropriação indébita da riqueza petroleira e a derrubada do regime atual.
Assim, já fizeram com a refinaria em território norte-americano, a CITGO (avaliada em 10 bilhões de dólares) e as reserva das 31 toneladas de ouro que estão bloqueadas no Banco Central da Inglaterra, ou mesmo do avião venezuelano (avaliado em 13 milhões de dólares) que foi confiscado na República Dominicana e enviado para Flórida pelo governo dos EUA, ilegalmente.
Neste contexto, foi um erro gigante do governo Lula o veto à entrada da Venezuela no bloco dos BRICS. Pois, enquanto perdurar o bloqueio econômico, os atentados e as tentativas de golpes, jamais haverá liberdades democráticas plenas em qualquer país.
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