Após 4 longos dias de ricos debates, os mais de 100 delegados dos 5 sindicatos da FNP e das oposições e minorias de outros sindicatos, definiram os rumos da entidade no próximo ano, além de elaborarem uma densa e rica pauta de ACT com cerca de 200 pontos.
O Congresso marcou uma reorientação de linha política da entidade sobre a relação com o novo governo Lula e a luta contra a extrema direita. Dois terços dos delegados presentes colocaram a FNP na linha de frente da defesa da unidade da categoria para a luta pelo ACT 2023 e contra a extrema direita. Preservando a independência política da federação em relação ao governo e à gestão Prates, o congresso rechaçou veementemente qualquer posição de oposição sistemática ao governo Lula. A federação reconhecerá os avanços provenientes da luta e criticará medidas que ataquem os direitos dos trabalhadores ou não combatam o processo de privatizações, sempre exigindo mais avanços para a categoria. Diante de ameaças golpistas a federação estará junto aos movimentos sociais no rechaço à extrema direita e em defesa da democracia.
Com uma resolução clara em defesa da unidade, a FNP entrará em contato com a FUP para promover uma coordenação unificada da campanha de ACT deste ano, com mesa única de negociação, articulação conjunta na participação dos GTs e agenda comum de mobilização. Além disso, irá propor a construção de campanhas unitárias em torno da luta pela desbolsonarização da Petrobrás, da retomada dos ativos privatizados e pela redução dos preços dos combustíveis e a construção de um Encontro Nacional em Defesa da Petros para definir um programa comum e organizar a campanha da eleição da Petros unitária. Esta movimentação foi considerada como condição necessária para o sucesso da campanha de ACT para ampla maioria do congresso.
O XIV Congresso da FNP, que foi marcado também pela luta em defesa da Petros, da AMS e da luta por uma Petrobrás para os Brasileiros, teve destaque a luta das mulheres petroleiras contra o machismo e o assédio. A postura intransigente dos delegados em relação ao machismo no movimento sindical e ao fortalecimento das dirigentes sindicais petroleiras é uma mudança fundamental para que a FNP se posicione na vanguarda da luta contra o assédio na Petrobrás.
Além disso, o Congresso colocou como centralidade a luta pela retomada do papel social da Petrobrás. O fim do PPI foi um avanço importante, segundo os delegados, mas ainda é necessário lutarmos pela redução dos preços, a exemplo do preço do GLP que segue acima do PPI. Para isso, foi apontada a necessidade da luta pela reestatização da BR Distribuidora e da Liquigás, bem como outros ativos que influem diretamente no preço dos derivados.
Sendo assim, após os vitoriosos Congressos Regionais dos Sindipetros LP, RJ, SJC, AL/SE e PA/AM/MA/AP, e o XIV Congresso da FNP, os coletivos Resistência Petroleira, Unidade Classista e Cabeças Brancas, que assinam este texto, exaltam as definições da FNP de aceno ao XIX Congresso da FUP e aguardam que as direções das federações apontem os rumos da luta pelo ACT 2023 e contra o fascismo e o neoliberalismo no Brasil.
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