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MOVIMENTO

Trabalhadores denunciam Petrobrás por servir alimentação estragada aos funcionários na REDUC

Mal cheiro, mofo e até insetos foram encontrados no prato servido pela contratada da estatal

Sindipetro Caxias
Reprodução

Alimentos estragados, azedos, crus e com insetos são servidos para trabalhadores da Refinaria de Duque de Caxias. As afirmações estão na denúncia dos trabalhadores e na ação coletiva feita pelo Sindicato dos Trabalhadores na Industria de Destilação e Refinação de Petróleo de Duque de Caxias – Sindipetro Caxias. A insatisfação é antiga e faz parte da pauta de reuniões com o RH da Petrobrás, mas a empresa não fez nenhum avanço significativo. Os trabalhadores estão há anos sendo forçados a optar por comprometer seu orçamento sem dispor de Vale Alimentação ou comprometer sua saúde com a péssima alimentação servida na refinaria.

Em agosto de 2022, o Sindipetro Caxias realizou um Boicote à Alimentação com manifestação na porta da empresa, abaixo-assinado e distribuição de alimentação gratuita para os trabalhadores dos 5 grupos do turno e do Horário Administrativo. Como resultado, a empresa instaurou um Grupo de Trabalho (GT) para avaliar a possibilidade de implementação do VA/VR. O GT demonstrou a viabilidade do ticket-alimentação aos trabalhadores, mas, segundo a gestão da refinaria, esse assunto está paralisado em análise pela alta direção da empresa.

Sindicato denuncia Petrobrás no Ministério Público e na Justiça do Trabalho

Após um vasto recolhimento de evidências e denúncias na CIPA da REDUC, em 16 de novembro de 2022, o sindicato dos petroleiros entrou com pedido de mediação junto ao MPT a respeito da péssima qualidade do serviço de alimentação coletiva prestado pela empresa contratada. Em 17 de dezembro, foi estabelecido um novo contrato para a alimentação, mudando a empresa responsável, entretanto o descaso com a saúde dos trabalhadores seguiu. Desde o início deste novo contrato, 14 notificações de multas já foram aplicadas à nova empresa prestadora de serviços, que continua servindo comidas estragadas aos trabalhadores, segundo informações fornecidas em reunião da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da refinaria na véspera do carnaval.

Diante disso, no último dia 15 de fevereiro, o sindicato da categoria entrou com uma nova ação coletiva (nº 010015192.2023.5.01.0202)  com pedido de tutela de emergência contra a Petrobrás exigindo, além de uma mudança imediata na qualidade do serviço, a condenação da prestadora de serviços por dano moral coletivo, entre outros requerimentos.

Em reunião da Comissão Local de Recursos Humanos, a gestão da REDUC informou que o novo contrato prevê em seu escopo a possibilidade da modalidade de uso do Vale Alimentação, mas carece de aprovação da alta gestão da empresa. Esta medida possibilitaria a continuidade do funcionamento do restaurante como opção aos que não quisessem pedir comida em restaurantes externos, medida que preservaria os empregos dos trabalhadores da empresa contratada.

CRN e SINERJ realizam vistoria em restaurante da REDUC

Sindipetro Caxias e a CIPA da REDUC acompanharam nesta terça-feira uma inspeção no restaurante da REDUC realizada pelo Conselho Regional de Nutricionistas (CRN) junto ao Sindicato dos Nutricionistas do Estado do Rio de Janeiro (SINERJ). A auditoria foi realizada sem aviso prévio à refinaria por ser o CRN ligado a um órgão federal. Segundo os membros do sindicato, diversas irregularidades foram encontradas no ambiente de preparação dos alimentos que serão publicados em breve em relatório dos
órgãos fiscalizadores.

Mobilização

Até 14 de março, acontece uma rodada de assembleias dos trabalhadores para organizar a luta pela interrupção imediata do contrato com a atual empresa e pela garantia, de forma emergencial, do VA/VR para toda a categoria petroleira da REDUC, bem como pelo início das obras de modernização no restaurante da refinaria e por um novo contrato que respeite a qualidade alimentar dos trabalhadores.