Camaradas do ANDES-SN, nosso sindicato tem origem na primeira greve nacional dos docentes universitários realizada no contexto de uma ditadura empresarial-militar no final dos anos 1980, e nas lutas das Associações Docentes (AD) que construíram a ANDES, no contexto da década de 1970. Sob o calor de lutas enraizadas nos locais de trabalho, construímos uma forma de organização fora do controle de governos, ancorada na defesa de liberdades democráticas e construída pela base.
Independência de classe e autonomia política e financeira foram dimensões cruciais para criarmos uma entidade que nunca usou o imposto sindical e que não se curva a governos, patrões e reitorias. Desde o início, defendemos que a diretoria desta entidade deve ser eleita na base da categoria por votação direta e não em congressos, tal como ocorre em federações burocráticas que hoje dominam o movimento sindical.
Por ser uma entidade que prima pela defesa de um projeto de educação pública e gratuita e um projeto de sociedade antagônico à lógica do capital, o ANDES-SN defende a unidade da categoria e da classe trabalhadora. Esta unidade é crucial para criarmos uma sociedade generosa, sem exploração e sem opressão.
Recuperamos esta história porque entendemos que o próximo pleito eleitoral do ANDES-SN é um momento importante para o movimento docente reafirmar seu compromisso com a história deste sindicato e com as lutas contra as medidas que
atacam os interesses da classe trabalhadora. Tal compromisso, nos dias de hoje, exige colocar a luta contra a extrema-direita e o neofascismo como pauta central do nosso sindicato.
Sabemos que o resultado das eleições de 2022 criou um cenário mais favorável para nossas lutas em defesa da educação pública e gratuita. No entanto, os eventos de 8 de janeiro deste ano demonstraram que estamos longe de derrotar a extrema-direita. O neofascismo não ameaça apenas nossas liberdades democráticas ou nossos direitos sociais, mas ameaça nossas vidas! Em especial, as vidas de mulheres, negras e negros, povos indígenas, a população cigana e pessoas LGBTQIAP+.
Por tudo isso, consideramos que é central concentrar esforços para enfrentar e derrotar a extrema-direita. Também é crucial fortalecermos a unidade de nossa classe, pois o divisionismo no campo classista apenas fortalece o capital. A luta do ANDES-SN em conjunto com outras entidades do setor da educação resultou no recuo de contrarreformas e dos cortes no orçamento e das bolsas de graduação e pós-graduação.
A nossa luta marcou o último período, mas ainda estamos longe de alcançar o patamar necessário de organização política para avançarmos nas lutas que buscam recuperar perdas históricas, ampliar nossos direitos e efetivar o projeto de educação pública e gratuita que o ANDES-SN construiu e defendeu ao longo de seus 41 anos de história.
Queremos que nosso sindicato continue ativo no enfrentamento às contrarreformas, no combate aos ataques contra os serviços públicos feitos pelos governos federais, estaduais e municipais e nas campanhas pela recuperação das perdas históricas em nossos salários e nossa carreira. Também queremos que nosso sindicato permaneça atuando com independência de classe e autonomia política, características duradouras do nosso sindicato nacional.
Para a nossa chapa, a luta classista contra as opressões e todas as formas sociais que atentam contra a vida é parte central da agenda do nosso sindicato. Não há qualquer futuro para a humanidade se não enfrentarmos a destruição do trabalho, dos modos de vida tradicionais e da natureza promovida pelo capitalismo! Não existe educação emancipadora com machismo, racismo, capacitismo e LGBTfobia! Por isso, daremos continuidade ao combate das opressões na sociedade e nos espaços de nosso sindicato. Machistas, racistas e assediadores dentro e fora de nosso sindicato, NÃO
PASSARÃO!
Conclamamos a categoria a combater o divisionismo, a defender este sindicato contra os governos que retiram direitos e contra os setores que fazem o desserviço de romper a unidade do campo da independência de classe em prol de sua autoconstrução. Nesta conjuntura tão decisiva para a classe trabalhadora e para a universidade pública, a defesa da história desse sindicato e das lutas pela construção de um futuro melhor é o compromisso da chapa que apresentamos.
A chapa foi apresentada no 41º Congresso do ANDES -SN,
com os seguintes nomes:
Gustavo Seferian (UFMG) – Presidente
Francieli Rebelatto (UNILA) – Secretária Geral
Jennifer Webb (UFPA) – Tesoureira
Raquel Dias (UECE) – 1ª Vice-presidente
Luís Acosta (UFRJ) – 2º Vice-presidente
Lúcia Lopes (UnB) – 3ª Vice-presidente
Caroline Lima (UNEB) – 1ª Secretária
Alexandre Galvão Carvalho (UESB) – 2º Secretário
Annie Schmaltz Hsiou (USP) – 3ª Secretária
Fernando Lacerda (UFG) – 2º tesoureiro
Gisvaldo Oliveira (UESPI) – 3º tesoureiro
ANDES pela base: ousadia pra sonhar, coragem pra lutar!
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