Na manhã do último sábado, 24, as polícias civil e militar de Brasília desarticularam uma tentativa de atentado terrorista, nas imediações do aeroporto da cidade. O responsável por essa tentativa, o empresário paraense George Washington, havia uma instalado uma bomba com temporizador por acionamento remoto ao lado de um um caminhão tanque, com 63 mil litros de querosene de aviação armazenados, que estava estacionado na imediações do aeroporto JK. O atentado teria como objetivo “provocar a intervenção das forças armadas e decretação do estado de sítio para impedir a instauração do comunismo no Brasil”, segundo o próprio acusado declarou em depoimento.
George Washington ainda afirmou que “em outubro de 2021 eu tirei minhas licenças para adquirir armas (CR e CAC) e desde então gastei cerca de R$ 160 mil na compra de pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições. “O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil, dizendo o seguinte: ‘Um povo armado jamais será escravizado’. (…) A minha ida até Brasília tinha como propósito participar dos protestos que ocorriam em frente ao QG do Exército e aguardar o acionamento das forças armadas para pegar em armas e derrubar o comunismo”
No seu apartamento alugado no setor sudoeste de Brasília, a polícia também encontrou um verdadeiro arsenal com um fuzil AR10, duas espingardas calibre 12, 30 cartelas de munição 357 magnum, 39 cartelas de munição 9 mm contendo 10 munições intactas, e mais duas caixas contendo 50 munições de 9 mm. George tem registro CAC (ou seja, tem registro como Cacaçador, Atirador e Colecionador de armas de fogo), mas, como uma daquelas armas é irregular, ele acabou sendo autuado por posse e porte ilegal de arma e munição, além de crime contra o Estado democrático de direito.
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, cumprimentou os responsáveis pela prisão do terrorista e ainda afirmou que “é hora de pôr fim” ao que chamou de “incubadora de terroristas”, referindo-se aos acampamentos em frente aos quartéis, particularmente o de Brasília, do qual George havia participado.
Investigação imediata e rigorosa sobre o caso
Às vésperas da posse de Lula, para a qual está sendo esperado algo em torno de 300 mil pessoas, não se pode descartar que novos atentados estejam sendo planejados. Parece evidente que, tendo em vista a magnitude da logística exigida para esse tipo de operação, Washington não agiu sozinho. É urgente uma investigação imediata e rigorosa sobre possíveis cúmplices, bem como sobre as movimentações financeiras do empresário, para que se descubra outros possíveis financiadores desse atentado.
Ao mesmo tempo, é preciso pôr um fim aos acampamentos golpistas diante dos quarteis, de uma vez por todas. Tem toda razão o ministro Flavio Dino que os chamou de “incubadora de terroristas”, ou seja, nenhum desses acampamentos pode ser tratado como “manifestação democrática”. São movimentos golpistas, incentivados, apoiados e financiados por grupos neofascistas relacionados com o presidente Bolsonaro.
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