A decisão do PT de apoiar Artur Lira (PP) para reeleição à presidência da Câmara dos Deputados abre os caminhos para o golpismo. O fisiologismo do Centrão não deve ser confundido com neutralidade ideológica. O centrão é conservador, clientelista e pró-mercado. Eles odeiam os pobres.
Na disputa que se abriu no Brasil recente, Arthur Lira teve um papel decisivo para a sustentação de Bolsonaro. O Presidente da Câmara engavetou todos os pedidos de impeachment contra o atual Presidente, e foi o motor do uso da máquina pública sem precedentes para a eleição de Bolsonaro.
Lira é o responsável pelo orçamento secreto, medida que mudou para pior a relação entre os poderes executivo e legislativo, permitindo que os parlamentares destinem recursos que saem diretamente dos cofres da União sem que haja transparência para onde vai o dinheiro. Ao não especificar nomes, limites e o destino, o mecanismo facilita, na prática, os casos de corrupção.
Lula prometeu corretamente acabar com o orçamento secreto, esta medida é coerente com o programa que elegeu Lula, uma agenda de propostas para combater a fome, gerar emprego, retomar investimentos públicos e colocar os pobres como prioridade do governo. O orçamento secreto é a âncora do centrão para manter o Governo sob chantagem permanente.
É um erro pensar que a governabilidade pode ser construída com os mesmos mecanismos utilizados no passado. Justamente porque este caminho deu errado. O golpe parlamentar que interrompeu o mandato de Dilma Rousseff seria impensável sem Eduardo Cunha na presidência da Câmara.
O PSOL já anunciou nesta terça feira, que não irá apoiar Lira. O partido foi parte da coligação para eleger Lula e seguirá firme na luta contra a extrema direita e o neofacismo no Brasil. Apoiar Lira é abrir caminho para o inimigo.
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