Pular para o conteúdo
BRASIL

Tomar as ruas em marchas da consciência negra contra o golpismo e a política genocida de Cláudio Castro

Ivanilda Reis, da Comissão de Negritude da Resistência-PSOL (RJ)

Nas últimas eleições, graças a nossa mobilização e luta, conquistamos a importante vitória de Lula para presidência do Brasil. Demos fim ao governo Bolsonaro, que durante quatro anos foi o principal inimigo do povo preto, impondo o Brasil da fome, do desemprego, do autoritarismo, da violência política, dos cortes orçamentários na educação e saúde, e da guerra contra a população negra, e indígena.

Mas como sabemos o caminho da derrota do bolsonarismo não viria apenas nas urnas, ainda que não tenha sido reeleito, Bolsonaro segue líder de uma força reacionária de massas, que elegeu governadores aliados em 15 estados, e uma bancada de deputados e senadores expressiva. Mas, mais do que isso, possui força social, para disputar política e ideologicamente os rumos do país. Nesse sentido, nos últimos dias sua base bolsonarista vem tentando gerar instabilidade com ações de cunho golpistas visando ameaçar a posse de Lula, realizando bloqueios de estradas e diversas manifestações.

Dessa forma não temos dúvida do perigo do bolsonarismo, que além de ameaças golpista, tem como referencial o nazimo e seus ideais racialistas. Desde da ascensão do bolsonarismo diversas manifestações de supremacismo branco vem acontecendo com mais frequência em escolas e espaços públicos. Essa é a verdadeira cara do bolsonarismo: o ódio racial. Não à toa a vida da população negra, principalmente das mulheres negras, pioraram nesse governo.

Rio de Janeiro: defender as vidas negras contra a política genocida de Cláudio Castro

O Rio de Janeiro reelegeu em primeiro turno o governador responsável por 3 das 5 chacinas mais letais da história do estado, resultado que acompanhou a votação de Bolsonaro, mais votado no RJ. Através do loteamento de cargos da estrutura do governo, Cláudio Castro liderou uma aliança ampla dos setores conservadores e reacionários como a família Garotinho, Picciani e a família de Washington Reis. Desde a venda da CEDAE, o governo utiliza a verba pública para acomodar os diversos grupos que se unificam no projeto conservador e corrupto.

Desde que assumiu o governo após o impeachment de Witzel, Castro representa um projeto político de fortalecimento das forças policiais através da legitimação do uso de sua violência contra as favelas. Ao mesmo tempo em que as polícias realizaram chacinas em territórios de favela sem qualquer receio de punição, o governo do Estado reduz o orçamento de saúde e educação através de um teto de gastos em áreas sociais fruto do Regime de Recuperação Fiscal. Enquanto reduz o orçamento das áreas sociais e limita concursos públicos, o governo não apresenta um projeto econômico de recuperação da indústria para enfrentamento do desemprego e da pobreza.

A população negra é a principal afetada pelo governo de Cláudio Castro. São os corpos negros que morrem pela bala da polícia, que estão na fila dos hospitais em busca de atendimento, que sofrem com o desemprego e da fome. Não há uma política estatal para enfrentamento do racismo, pelo contrário, o governo do estado aplica uma política de genocídio do povo negro. É necessário construir uma frente unitária de enfrentamento da política racista de Cláudio Castro contra a barbárie da dominação territorial pela narcomilícia.

Nesse sentido, o movimento negro precisa fazer um forte 20 de novembro, com manifestações da consciência negra nas ruas demonstrar como nos o povo negro somos os mais interessados em derrotar de vez o bolsonarismo e suas ameaças golpistas. Da mesma forma, no Rio de Janeiro precisamos todes fazer presença na marcha da periferia que reúne diversos movimentos de esquerda e que irá realizar a marcha no dia 19/11 às 11h no viaduto de Madureira.

Ocupar as ruas contra a política golpista e genocida de Bolsonaro e seu aliado Cláudio Castro. Vidas negras importam!!

Contra a fome, o desemprego e as chacinas. Por direitos e democracia, reparação já!