Estamos na reta final das eleições de 2022 que tem o grande desafio histórico de derrotar as forças conservadoras da extrema direita representada por Bolsonaro e o bolsonarismo, bem como apresentar um projeto de país que contemple a grande maioria trabalhadora que constrói a riqueza desse país, por meio da candidatura de Lula. Estamos desde o início, empenhadas e empenhados no projeto de eleger Lula presidente e virar a página dos últimos anos de um governo da morte, corrupção, desemprego e violência. Falta pouco e precisamos de toda dedicação militante nesse momento.
Em Sergipe, essa unidade nacional não se repetiu, e tivemos as candidaturas de Rogério e Sérgio Gama (PT) e Niully e Demétrio (PSOL). Realizamos diversos diálogos entre os partidos, mas infelizmente não foi possível avançar. Diferenças programáticas com a campanha de Rogério e as alianças com setores conservadores da política sergipana como a família Valadares, isolaram o PSOL. Entendemos que foi um equívoco do PT, mas seguimos mantendo o respeito entre os partidos.
A candidatura própria do PSOL mostrou grande força e potencial, com excelentes resultados também nas proporcionais. Não faremos aqui um balanço detalhado, mas a eleição de Linda Brasil como a primeira deputada trans da história com uma votação expressiva e a chegada de Sonia Meire à câmara de vereadores, colocam a intervenção do PSOL em outro patamar. Niully e Henri Clay contribuíram para qualificar o debate público e dialogar sobre um projeto de transformações estruturais para Sergipe. Lamentamos pela não reeleição do companheiro Iran, que segue como grande referência.
A extrema-direita em Sergipe está aglutinada em torno de Fábio Mitidieri
Com a derrota jurídica de Valmir de Francisquinho (que já era esperado por todos e todas por conta de sua condenação), o bolsonarismo sergipano partiu para a defesa de Fábio Mitidieri. Políticos condenados por corrupção como André Moura, agora coordenam a campanha, e até mesmo os que defendem a farsa da lava jato e se disseram perseguidos pelo governo estadual, como Alessandro Vieira e Daniele Garcia, estão apoiando Belivaldo/Fábio. O nosso objetivo maior é derrotar as forças da extrema direita, por isso não podemos permitir que elas avancem em Sergipe.
Mitidieri, apesar de seu discurso do voto em Lula, na prática, é o candidato do bolsonarismo no estado. Até mesmo o filho de Bolsonaro pediu voto para ele. A últimas pesquisas demonstraram que a maioria das pessoas que votam em Fábio também vota em Bolsonaro.
Nesse sentido, o PSOL reuniu sua direção estadual, candidatas/os e foi aprovado o apoio a Rogério Carvalho com base em seis eixos programáticos: defesa da DESO, Banese e Petrobrás estatais, prioridade para moradia, saúde e educação públicas, defesa das comunidades tradicionais e servidores públicos com revogação da reforma da previdência estadual e combate a violência contra mulheres, negros e LGBTs.
Não concordamos com a participação do bolsonarista Valmir de Francisquinho na campanha!
A única exceção entre os bolsonaristas foi Valmir de Francisquinho. Sabemos que na política é muito difícil rejeitar apoios, ainda mais em um segundo turno tão disputado. Contudo, é deseducativo para a militância que Valmir seja recebido sem críticas e sem diferenciações, uma vez que ele mantém o apoio a Bolsonaro. Não estaremos no mesmo palanque dos defensores de Bolsonaro! Enquanto militantes de esquerda, não podemos simplesmente ignorar essa situação. Já tínhamos, inclusive, posição sobre a política de Valmir “
Esse apoio de Valmir a Rogério, enquanto pede voto para Bolsonaro, confunde a população e abre brechas para a extrema direita criar mais mentiras, como um suposto “acordão”. Por outro lado, desmobilizou uma parte da base que tem disposição de votar em Rogério, mas está sem compreender esse apoio. Se Valmir de Francisquinho quer apoiar Rogério, que o faça, mas não deveria ter participado da campanha. Bolsonaristas não são bem vindos!
Apesar das críticas, temos posição: É Lula e Rogério 13!
Fortalecer a campanha de Rogério significa também fortalecer a campanha de Lula. Um ponto central no diálogo é que o apoio do PSOL não significa nenhum compromisso com o futuro governo. É uma decisão tática apoiar Rogério no segundo turno, a partir de temas de projeto para Sergipe dos quais a militância não abre mão, mas o PSOL deve seguir independente do governo.
Mesmo com todos os limites e dificuldades desse momento eleitoral, temos consciência das nossas tarefas. Seguimos com Lula e Rogério pelo compromisso com a derrota da extrema direita e a perspectiva de construção de um país justo. Tanto na capital, quanto no interior, nossa militância participou ativamente de lulaços, conversas na porta da universidade, adesivaços nos semáforos, carreatas, caminhadas e continuaremos nas ruas até o final e garantir a vitória!
Os bolsonaristas querem tumultuar a eleição, já estão desesperados e procurando atacar as instituições como no caso das granadas e tiros de Roberto Jeferson na polícia federal, como também criando mentiras para retirar a legitimidade popular. Nesses últimos dias, vamos nos manter firmes, conversar indecisos com familiares, amigas/os, participar das últimas atividades de campanha. É 13 lá e 13 cá! Lula presidente, Rogério governador!
Lembrando que para garantir a participação das pessoas é fundamental o acesso ao transporte coletivo. O Prefeito de Aracaju deveria ampliar o decreto para toda a região metropolitana, abrangendo os municípios de Socorro, São Cristóvão e Barra. Afinal, é o município de Aracaju quem há décadas gerencia, reajusta as tarifas e os impostos do Sistema Integrado Metropolitano, sem interferência dos outros municípios. A decisão do STF dá total liberdade para isso. Além disso, o Governador do Estado deveria viabilizar o passe livre através das cooperativas que fazem o transporte intermunicipal em todas as regiões. Nos demais municípios é papel das prefeituras garantir o passe livre entre os bairros e povoados.
Sergipe, 28 de outubro de 2022
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