Como esperado, Valmir de Francisquinho anunciou sua pré-candidatura ao governo de Sergipe. Cercado apenas da antiga turma de João Alves como Machado, Eduardo e Edvan Amorim, além do deputado bolsonarista Bosco Costa e do corrupto e recém-cassado, Valdevan 90. Em defesa de Bolsonaro, num palanque composto apenas por homens ricos. Uma verdadeira fotografia do atraso político em Sergipe. Queremos, com todo respeito do debate público, dizer que essa candidatura não representa o interesse da classe trabalhadora sergipana e o conjunto do povo explorado e oprimido.
É verdadeiro que Valmir tem origem popular. Isso importa muito na política, se realmente queremos participação efetiva do povo. Mas, na política também importa o caminho a seguir. Ter uma origem pobre, infelizmente, não impede que se faça uma política voltada para os ricos. Valmir é um homem de origem simples, trabalhador de Itabaiana. Mas, sua trajetória é vinculada aos interesses da elite sergipana. Ao sair em defesa de Bolsonaro, Valmir assume o lado do desgoverno, do negacionismo e das mortes na pandemia, desemprego, fome e alta do custo de vida da população. Essa eleição será histórica para o Brasil. E a pré-candidatura de Valmir, representa hoje o fortalecimento de Bolsonaro em Sergipe. É uma candidatura, portanto, oposta aos interesses da maioria do povo sergipano e defensora dos ricos e da elite.
Sua gestão junto aos servidores não é exatamente a propaganda feita por Valmir. Seria importante ouvir mais os próprios servidores. Ele realmente paga em dia e paga o piso do magistério, mas essas questões são obrigações da lei e não uma política ou favor do prefeito. A verdade é que a grande maioria dos servidores e servidoras de Itabaiana recebe apenas um salário mínimo, e nas gestões de Valmir, foi somente um reajuste em um período de oito anos.
Com a inflação, o aumento dos preços, os salários congelaram. Os concursos ofertam poucas vagas, sendo a maioria de cadastro de reserva. Lembramos ainda, que a pauta do serviço público ultrapassa as questões salariais, necessitando de plano de carreira, formação continuada, maior participação e diálogo, o que nunca ocorreu sob seu comando na prefeitura. Na verdade, os planos de carreira não foram cumpridos nas gestões de Valmir. A política de assistência social é pífia e as obras são mais concentradas no centro da cidade. No geral, coordenou uma política voltada para o grande empresariado.
É importante desmistificar a figura que estão querendo criar em torno de alguém está cercado pela velha direita sergipana, representantes dos governos conservadores de Albano Franco e João Alves para citar dois exemplos. Nosso povo não merece voltar a esse tempo. Precisamos apresentar um projeto alternativo a Belivaldo e Mitidieri (que também atendem a setores da elite de Sergipe como estamos vendo cotidianamente no governo), e, ao mesmo tempo, enfrentar os grupos bolsonaristas e representantes da velha direita, como Valmir de Francisquinho.
Fica ainda um alerta para todos os lutadores e lutadoras da esquerda. A luta para derrubar Bolsonaro, que passa pela eleição de Lula, será uma disputa duríssima. Além de Valmir, João Fontes também já tinha se apresentado como governador de Bolsonaro em Sergipe. Para se ter uma idéia, Bolsonaro tem hoje em Sergipe, aliados dentro do governo Belivaldo e na oposição, como o deputado federal Laércio Oliveira e o deputado estadual Rodrigo Valadares. Precisamos construir urgentemente uma alternativa às candidaturas de direita, neoliberais como Mitidieri e Alessandro, e as que são diretamente bolsonaristas como Valmir de Francisquinho.
O PSOL deve avançar na construção de um programa para Sergipe, e diálogo com o PT a partir das principais necessidades do povo sergipano. Além do projeto, queremos discutir as alianças. Hoje está colocado o nome de Rogério Carvalho e do companheiro Henri Clay para o senado. Em nossa opinião, uma chapa do PSOL com o PT seria um exemplo da unidade e com força eleitoral. Contudo, o PT se movimenta também com setores da direita como a família Valadares e o partido “Solidariedade”, buscando reeditar uma fórmula histórica fracassada de “governo de conciliação de classes”. Se, esse for mesmo o caminho do PT, o PSOL tem o dever de apresentar uma pré-candidatura própria ao governo de Sergipe, se mantendo com Lula para derrotar Bolsonaro.
*Carol Rezende, presidente do PSOL Itabaiana
Sonia Meire, professora e pré-candidata a dep. Estadual do PSOL
Igor Baima, presidente do Sindiscose e pré-candidato a dep. Federal pelo PSOL
Demétrio Varjão, advogado e presidente do PSOL Aracaju
Alexis Pedrão, professor e ex-candidato do PSOL a prefeitura de Aracaju
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