O Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (MADE), vinculado à Faculdade de Economia e Administração (FEA-USP), realizou um estudo sobre a variação do salário mínimo pós redemocratização e sua evolução caso fosse aplicada a regra do plano elaborado pelo ministro da Economia Paulo Guedes. O estudo revela um aumento de 119% nos anos FHC, Lula e Dilma, com o maior aumento real ocorrendo nos anos do governo Lula. Enquanto isso, nos anos de Collor, Temer e Bolsonaro, ocorreu uma queda de 26% do valor real do salário mínimo.
Caso valesse a regra do Guedes desde 2002, o salário mínimo de 2022 seria calculado em torno de R$502,00, menos da metade do valor atual de R$1212,00. Essa nova regra acabaria com qualquer aumento real do salário, sendo reajustado apenas pela inflação esperada do ano. Essa defasagem teria consequências catastróficas para a economia e para o poder de compra da grande maioria do povo brasileiro, garantindo um salário mínimo menor que os diversos benefícios sociais existentes hoje.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o salário mínimo para uma família de 4 pessoas deveria ser por volta de R$6.388,55, aproximadamente 6 vezes mais que o atual salário mínimo. Isso também é quase 13 vezes o valor do salário mínimo sem reajuste real, como proposto pelo ministro Guedes. Isso revela a verve anti popular que norteia o governo Bolsonaro, buscando aplanar o já achatado salário mínimo do Brasil e garantindo poucas migalhas no país onde os bancos registraram lucros recordes ano após ano.
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